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Nº 5901
Opinião

Relembrar � reviver

Às vésperas da reunião de dezembro do Rotary Clube Maceió, recebi um telefonema do dr. Geraldo Dantas, comunicando que esse evento teria como principal motivo uma homenagem ao centenário de nascimento do professor Zephyrino Lavenáre Machado, que deu uma g

Por | Edição do dia 17/12/2008 - Matéria atualizada em 17/12/2008 às 00h00

Às vésperas da reunião de dezembro do Rotary Clube Maceió, recebi um telefonema do dr. Geraldo Dantas, comunicando que esse evento teria como principal motivo uma homenagem ao centenário de nascimento do professor Zephyrino Lavenáre Machado, que deu uma grande contribuição a esse Clube de Rotary de nossa cidade. Acrescentou que eu havia sido indicado pela diretoria (leia-se Carlos Lima e Margarida) para fazer uma saudação ao homenageado. À reação inicial de surpresa, sobreveio a satisfação de poder dar um depoimento sobre esse homem público que tanto admirei: um ser humano coerente; humanitário, pelo respeito ao próximo; humanista, na linha de domínio do lógico e do ético. As circunstâncias que envolveram a reunião converteram-na em solenidade, no sentido da reverência que encerrou, extrapolando o caráter de simples reconhecimento para um conteúdo mais amplo, simbólico e emocional. Por ter falado sem texto escrito, conduzi minhas palavras ao sabor da emoção e em função do sentimento, levado pelas mãos do tempo, nas recordações e reminiscências que dele guardo. Lavenáre foi advogado criminalista, professor da disciplina Teoria Geral do Estado (Ufal), presidente do Tribunal Regional Eleitoral, Secretário de Estado, Desembargador, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AL). Conheci-o nas lides universitárias e dele posso dizer, com tranqüilidade, que além de uma trajetória existencial dedicada à causa do Direito e do ensino, foi portador de extraordinária cultura, conhecedor de escritores clássicos da literatura nacional e internacional. Se a vida não vale pela extensão e sim pela profundidade como é vivida, ela foi intensa para ele, sempre em função de seus objetivos maiores. Sobre a família: “Educou, com d. Maíza, uma prole numerosa de sete filhos, muitas vezes com extremo esforço para atender às despesas educacionais. Sem nunca ter sido um homem rico, ajudou em momentos difíceis e com sacrifício da própria economia, diversas pessoas de seus laços de amizade. Ainda hoje, trinta anos depois de seu falecimento, seus filhos e netos, ainda ouvem, reiteradamente, de quantos o conheceram, declarações emocionadas sobre seu talento e sua retidão de caráter”. Nessa homenagem ao dr. Zephyrino Lavenáre Machado, repete dois conceitos: “As pessoas não morrem, ficam encantadas” (Guimarães Rosa). “A morte não se extingue, transforma; não se aniquila, renova; não divorcia, aproxima” (Rui Barbosa ao se despedir de Machado de Assis). (*) É médico.

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