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Nº 5902
Opinião

Os Natais permanentes

Na segunda-feira foram mais de 80 crianças portadoras de câncer da Santa Casa que, sob os cuidados da assistente social Clara Soares, comemoraram o Natal e receberam os seus presentes. No sábado as 140 crianças da escolinha na Vila Brejal, ao comando do e

Por | Edição do dia 20/12/2008 - Matéria atualizada em 20/12/2008 às 00h00

Na segunda-feira foram mais de 80 crianças portadoras de câncer da Santa Casa que, sob os cuidados da assistente social Clara Soares, comemoraram o Natal e receberam os seus presentes. No sábado as 140 crianças da escolinha na Vila Brejal, ao comando do engenheiro Abel Galindo P. Marques e na quinta-feira foram os muitos pacientes adultos com câncer da Casa de Apoio Lenita Vilela, que também tiveram a sua vez, sob a direção da presidente nacional da Rede Feminina de Combate ao Câncer, dra. Fátima Canuto. Clara é uma ex-freira carmelita descalça que largou o hábito após mais de 10 anos de clausura. Logo procurou e achou fora dos limites estreitos dos altos muros de seu convento um lugar onde pudesse distribuir o seu afeto para com a humanidade. Achou a oncologia da Santa Casa, onde 95% dos pacientes são muito carentes e entre estes, dedicou-se especialmente às crianças. Abel é engenheiro e professor universitário. Vitorioso empresário, todavia inquieto, somente alcançou alívio para a alma quando com a ajuda de outros empresários e de amigos das caminhadas da praia, construiu e mantém uma escolinha na vila Brejal que abriga 140 crianças, que lá têm não só escolarização e educação aprimoradas, como se alimentam bem diariamente. O critério para entrar na escola é a pobreza absoluta; entre os candidatos, entram os mais miseráveis. Dra. Fátima é também empresária, atual presidente nacional da Rede Feminina de Combate ao Câncer, mantém com um grupo de mais de 100 voluntárias um trabalho diário de solidariedade aos cancerosos de Alagoas e especialmente dedicam-se à Casa de Apoio Lenita Vilela. Lá, o coral Renascer, composto por mulheres de baixa renda mastectomizadas por câncer de mama, emocionou a todos. Em comum a todas estas celebrações natalinas, além de contemplarem pessoas extremamente carentes e desprotegidas, muitas delas muito doentes, o fato de que elas já são motivos de solidariedade o ano todo e não apenas no Natal. Ao contrário da maioria dos corações e mentes que somente nesta época se sensibilizam com o sofrimento e as carências alheias, estes três personagens e os voluntários que eles lideram, passam todo o ano praticando a boa solidariedade. Muitos dos que participaram destas celebrações não estarão aqui no próximo Natal, mas o trabalho destes três personagens continuará sendo exemplo da solidariedade mais efetiva e sincera – a que é exercida todos os dias e não apenas sob as emoções e os eflúvios natalinos. (*) É médico e professor da Uncisal.

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