Editorial
Longe do ideal

O Brasil ainda enfrenta um de seus maiores desafios educacionais: garantir que as crianças aprendam a ler e escrever na idade certa. A meta do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada estabelece que, até o fim de 2025, ao menos 64% dos alunos do 2º ano do ensino fundamental devem estar plenamente alfabetizados.
Esse índice deve chegar a 80% até 2030. No entanto, os resultados registrados em 2024 mostraram que ainda estamos longe de um cenário ideal: apenas 59,2% das crianças avaliadas alcançaram as competências básicas previstas.
A alfabetização não é apenas uma etapa escolar. Ela é a base de todo o processo de aprendizagem e o ponto de partida para reduzir desigualdades sociais e regionais. Uma criança que não aprende a ler no tempo adequado acumula dificuldades que podem levá-la ao fracasso escolar e, mais adiante, à exclusão do mercado de trabalho.
Superar esse desafio exige prioridade política, boa gestão dos recursos já disponíveis e foco especial nas crianças mais vulneráveis. Experiências de municípios pobres que alcançaram índices elevados de alfabetização provam que não se trata apenas de recursos financeiros, mas de compromisso, planejamento e monitoramento permanente.