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Por | Edição do dia 24/12/2008 - Matéria atualizada em 24/12/2008 às 00h00
Alagoas despede-se, hoje, de um de seus grandes filhos: Ib Gatto Marinho Falcão. O conjunto de sua obra, certamente, só será reconhecido integralmente daqui a algum tempo, quando o tempo tiver cumprido o papel de corrigir as injustiças dos julgamentos apressados e/ou superficiais, infelizmente típicos da contemporaneidade. No tempo presente, porém, não podemos nos acomodar a essas tendências; e o registro atual, em cima do fato, o estamos fazendo nessas páginas adiante, na certeza de que será legada à posteridade um pouco do brilho realizador de um médico que se preocupou com todos os tipos de moléstias de sua época desde as que minam a saúde física do indivíduo até aquelas que corroem o tecido social da comunidade. Cirurgião formado pela histórica Faculdade de Medicina da Bahia, uma das primeiras escolas superiores do Brasil, o alagoano Ib Gatto soube ser doutor para muito além do ensinado nas rígidas salas de aula do Terreiro da Pólvora. Ib Gatto, de fato, por moto próprio, tornou-se um pós-doutor, agindo incansavelmente, por décadas a fio, em prol da saúde econômica, cultural, educacional, espiritual do povo alagoano. Sem nunca deixar de praticar a Medicina para seus pacientes individuais, exerceu cotidianamente a arte e a ciência de curar as mazelas coletivas de nosso Estado. Sua obra pública (Educação, Saúde, Planejamento, Cultura e até Segurança) é uma coletânea de idéias brilhantes e práticas, muitas das quais em pleno funcionamento (como a Escola de Ciências Médicas, atualmente com outro nome, e o Cepa, também com outra denominação em nossos dias, dentre outras realizações marcantes). Um grande homem se foi ontem. Antes, durante quase um século vivido intensamente, cumpriu uma jornada de trabalho que credencia seu nome a ser lembrado para sempre. Doutor Ib, Alagoas lhe será devedora eterna.