Adeus, ano velho. Ax�, ano-novo!
Perguntei-me, em vários momentos: qual o saldo que 2008 deixa para a humanidade? Olhos fechados, minha mente foi registrando os fatos marcantes. Logo fui vendo um ano marcado por grandes momentos histórico tais como: a beleza dos Jogos Olímpicos de Pequim
Por | Edição do dia 03/01/2009 - Matéria atualizada em 03/01/2009 às 00h00
Perguntei-me, em vários momentos: qual o saldo que 2008 deixa para a humanidade? Olhos fechados, minha mente foi registrando os fatos marcantes. Logo fui vendo um ano marcado por grandes momentos histórico tais como: a beleza dos Jogos Olímpicos de Pequim, o centenário de Simone de Beauvoir (símbolo do feminismo e da reflexão filosófica, social e política sobre a necessidade da emancipação feminina, lançada em sua obra o Segundo Sexo), Barack Obama um negro chegando ao poder nos Estados Unidos, talvez a sociedade mais racista do ocidente. Por outro lado, tristes acontecimentos marcam as páginas de nossa história com guerras, catástrofes, o trágico acidente aéreo em Barajas (Espanha), o descaso com a ecologia, e a crise econômica mundial. O Brasil se põe no contexto dessa história, mas em sua singularidade vivencia os escândalos de corrupção política, a feiúra: do racismo difuso, da exclusão social, do analfabetismo, da violência vivenciada pelas detentas no sistema prisional em Maceió; as tragédias: cheia em Santa Catarina, Isabella Nardoni, Eloá Pimentel. No caso Eloá, presenciamos, com tristeza, como ainda permanece forte no ideário da sociedade brasileira a lógica de uma cultura patriarcal e machista, bem como o despreparo da polícia e da imprensa para lidar com um crime cuja base é a violência de gênero e não crime passional. Todavia tivemos momentos de profunda alegria histórica, marcadamente a mais importante foi a decisão do Supremo Tribunal Federal pela liberação da utilização das células-tronco embrionárias nas pesquisas cientificas. E também em Maceió tivemos a eleição inédita de sete mulheres para o Legislativo municipal e aqui temos o reconhecimento da sociedade à luta feminista, com a presença da mulher nos órgãos decisórios de poder. Como cantarola Ivan Lins depende de nós, se esse mundo ainda tem jeito/ apesar do que o homem tem feito, se a vida sobreviverá.../ que o sol descortine mais manhãs. Enfim que, no vir-a-ser do percurso existencial deste 2009, possamos caminhar pautados/as pelo paradigma da eticidade, vivendo e defendendo a vida, e com a busca cotidiana de uma sociedade sem violência, sem fome, sem miséria. É a busca como propalavam os gregos de uma Calípolis: uma nova sociedade, bela e justa, e da Eudaimonia a felicidade. Esse é o novo tempo que precisamos conquistar, e essa conquista passa necessariamente por atitudes éticas, carregadas de paixão, profundamente amorosas e solidária. Feliz 2009 ao povo alagoano! (*) É professora da Ufal.