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quarta-feira, 26/03/2025 | Ano | Nº 5931
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Opinião

Palavras ao vento

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Em sua fala no primeiro dia do ano, o papa Bento XVI fez um apelo pelo fim do conflito no Oriente Médio e reafirmou seu pedido por um esforço global no combate à pobreza. Quantos governantes, em todo mundo, manifestaram-se acerca dessas colocações do santo padre? Em verdade, devem ter sido emitidas declarações oficiais, tão atenciosas em sua forma e ocas em seu conteúdo. Se respostas foram formalmente dadas, os dias seguintes à fala papal nada registraram de iniciativas práticas no sentido de novos posicionamentos governamentais. Infelizmente, as advertências de Bento XVI acerca da nova onda de violência em Gaza não ecoaram nos ouvidos moucos dos líderes israelenses e palestinos; estes seguem com seus discursos agressivos e disparando seus foguetes, aqueles seguem usando bombas de uma tonelada e não se emocionam com os mais de 400 assassinados em sua vingativa operação contra os acusados de lhes enviar petardos artesanais. No Oriente Médio, os princípios cristãos continuam sendo pregados nas cruzes da intolerância e do ódio mútuo. E sobre os esforços para se combater a pobreza no mundo? Talvez isso seja entendido como o sinal verde para um aprofundamento das ações assistencialistas (mormente com objetivos eleitorais). Bento XVI questionou firmemente os atuais modelos de crescimento econômico, cobrou a revisão dos atuais parâmetros de desenvolvimento globalizado e acentuou que a atual “crise deve ser analisada com profundidade, como um grave sintoma que requer uma intervenção sobre suas causas”, arrematando: “Não é suficiente – como diria Jesus Cristo – colocar alguns remendos novos em uma roupa velha”. Resta rezar para que, mesmo tardiamente, alguma liderança importante no mundo venha a ouvir tais apelos.

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