app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5905
Opinião

Empreendedorismo educacional e responsabilidade social

A perspectiva local é-nos não superior à global, ou seja, é-nos inviável para compreender, esclarecer e, sobretudo, circunvizinhar-se da complexidade do mundo contemporâneo. Não nos basta descrever o mundo, mas efetivamente gerenciá-lo. Eis a essência pró

Por | Edição do dia 06/01/2009 - Matéria atualizada em 06/01/2009 às 00h00

A perspectiva local é-nos não superior à global, ou seja, é-nos inviável para compreender, esclarecer e, sobretudo, circunvizinhar-se da complexidade do mundo contemporâneo. Não nos basta descrever o mundo, mas efetivamente gerenciá-lo. Eis a essência própria do paradigma moderno de desenvolvimento, de progresso, sendo a globalização a representação superior e oportuna, enfim. A globalização é a extensão compreensiva de um argumento: intolerável limitar-se à restrição. Entender a sociedade em sua pluralidade e alcançar suas expressivas vozes é entender o quanto a Ecologia, por exemplo, ao sair das academias, divulgando-se e popularizando-se, tornou-se, de fato, um conjunto de iniciativas em favor da preservação ambiental e da melhoria das condições da vida em nosso antes “pequenino” planeta. Tão logo a Ecologia multiplicou sua linguagem, o desenvolvimento passou a ser entendido somente quando sustentável. Assim, o desmatamento de expressiva área florestal apenas passou a representar desenvolvimento quando assentado em condições para cercear as ações predatórias. A atuação e a função social das instituições de ensino superior não ficam mais restritas à sala de aula. Estão ganhando as ruas em projetos e ações que transformam realidades e apontam novas opções de futuro, com o aval e a participação, muitas vezes voluntária, dos alunos. O conceito que está por trás dessa transformação é o de responsabilidade social. As chamadas “ações conscientes”, que respeitam as necessidades do meio ambiente e da comunidade. Sobrepujando hábitos, determinações, medos, preconceitos e crenças, o empreendedor engajante abre novos caminhos, rompendo a casualidade e se distanciando da idéia de que uma mão dirige sua existência. Ele, efetivamente, passa a ter responsabilidade social. O empreendedor de nossa modernidade não deve ignorar a palavra mediação. Ela lhe é útil. Consiste em saber se relacionar com a sociedade, tendo-a continuamente presente em sua formação. Não simplesmente como força externa. Mas, sobretudo, como presença mediada internamente e constituinte de sua gestão. Verifica-se a possibilidade de realizações dos anseios coletivos e, sendo inoportuno atender, informar e formar seus constituintes para o que lhe seja útil em sociedade. E, assim, o gestor amplia o mercado. Surgem novos produtos, novas necessidades. É necessário renovar a própria sociedade. Criar novas expectativas e não ser apenas espectador social. 60% dos consumidores brasileiros já punem empresas que não são socialmente responsáveis. (*) É presidente do Grupo Universitário Maurício de Nassau (e-mail: [email protected]).

Mais matérias
desta edição