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Nº 5899
Opinião

A mudan�a necess�ria

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Por | Edição do dia 08/01/2009 - Matéria atualizada em 08/01/2009 às 00h00

Um ano-novo nos remete a novas possibilidades, nos impulsiona para um novo que sempre virá, independente do apego ao velho, ao conhecido e que, portanto, nos parece fácil de conduzir, e nos dá a pseudo-sensação de segurança e domínio. A vida é dinâmica e o ser humano também o é. Mudar parte das necessidades humanas: físicas, sociais e emocionais, e se apóia ao incrível poder de resiliência comum à nossa espécie. Então o que nos faz resistir à mudança? Estamos tão aprisionados ao mesmo modo, a andar pelos mesmos lugares, a estar com as mesmas pessoas, a diariamente cumprir a mesma agenda, freqüentar os mesmos clubes, restaurantes e praças, a usar o mesmo corte de cabelo, o mesmo estilo de roupa, a desempenhar as mesmas funções e passar anos ocupando o mesmo setor de trabalho. Mudar significa dar abertura ao desconhecido e isto causa medo, daí resistimos. Falar em mudar nos parece fácil, contudo, requer uma alteração no modo de ser, agir e sentir, vai além do material, inclui a desconfortante sensação de abandono: às antigas idéias, à velha casa, aos antigos móveis, ao trabalho, ao amor, àquela cidade, e dar voz ao coração que, com um grito ensurdecedor nos compele a buscar novas alternativas de existência que nos façam mais completos e felizes. Olhando a evolução da história da humanidade, podemos observar que o ser humano é essencialmente inquieto e versátil. Graças a estas qualidades o homem descobriu o fogo e a roda, que representa o que há de vivo e de movimento em nós. A vida nos ensina que nada é estático e imutável. Tal como as águas dos rios e mares que são sempre renovadas e que passam deixando marcas e construindo novas formas, as transformações porque passamos e buscamos dão lugar a uma nova pessoa, e isto é visto pela família, amigos, e sentida por nós mesmos. Em algum momento até, nos perguntamos intimamente: o que mudou? A consciência é a bússola da mudança. Quando paramos sentimos que morremos um pouco, quando deixamos de desejar morremos de fato. O importante é que mudar nem sempre requer ônus, basta ter vontade. O importante é nunca parar de querer mudar e de viver o diferente que nos cabe. No amor, “podemos amar muitas e muitas vezes”, como pontuou Drummond. Às vezes fugimos de um novo sentimento, o deixamos passar, por medo de um iminente descompasso. Dizer adeus não é tão simples, mas é salutar para um novo (re) começo! A mudança é necessária. E como diz Victor Hugo: “Mude suas opiniões, mantenha seus princípios. Troque suas folhas, mantenha suas raízes”. Boa sorte para nós: na família, no trabalho, no amor e na vida. (*) É psicóloga ([email protected]).

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