Editorial
Legado vivo

Há meio século, Alagoas deixava para trás uma condição que soava como estigma: ser o único estado brasileiro sem uma emissora de televisão. Em 27 de setembro de 1975, o senador Arnon de Mello rompeu esse isolamento ao inaugurar a TV Gazeta, canal 7, e inscreveu seu nome na história da comunicação e da modernização cultural do Estado.
Mais do que um empreendimento empresarial, a iniciativa foi fruto de um projeto de futuro, cultivado por Arnon desde os anos 1960. Com persistência, ele já conduzia a Gazeta de Alagoas e a Rádio Gazeta AM, preparando o terreno para a televisão. Ao erguer, em apenas 11 meses, uma emissora moderna e conectada à Rede Globo, Arnon de Mello colocou Alagoas no mapa midiático nacional. O gesto, saudado à época como um “nó desatado”, representava a integração do Estado ao circuito de informação, cultura e cidadania.
Ao longo de cinco décadas, a TV Gazeta se consolidou como referência regional, formou gerações de profissionais e se manteve fiel à missão anunciada no discurso inaugural: ser instrumento de bem-estar e progresso. Além disso, acompanhou todas as transformações tecnológicas, tornando-se uma emissora de alto nível, tanto em conteúdo quanto em qualidade técnica.
O pioneirismo de Arnon de Mello se transformou em legado vivo, transmitido diariamente na tela e guardado na memória coletiva dos alagoanos.