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Nº 5905
Opinião

Uma Igreja mission�ria e samaritana

A realidade de morte que se impõe não pode jamais se sobrepor à realidade da vida. Esta tem a última palavra no plano amoroso de Deus que é Senhor da vida e da História. Em seu Filho está a vida plena, o reino por ele anunciado é o reino da vida. A missão

Por | Edição do dia 11/01/2009 - Matéria atualizada em 11/01/2009 às 00h00

A realidade de morte que se impõe não pode jamais se sobrepor à realidade da vida. Esta tem a última palavra no plano amoroso de Deus que é Senhor da vida e da História. Em seu Filho está a vida plena, o reino por ele anunciado é o reino da vida. A missão que ele propõe aos seus discípulos é uma missão em favor da vida, como realidade que leva à integral experiência da libertação. A Igreja, seguidora de Cristo deve se colocar como promotora da vida e da esperança onde a vida é desfigurada de sua dignidade. O Evangelho vivido e testemunhado é força de transformação capaz, não só de dizer que outro mundo é possível, mas de construir um mundo alternativo através de sua inserção no tecido social e cultural e de seu poder de transformação, como fermento, a partir do interior das próprias estruturas. A Igreja se redescobre missionária e se coloca em permanente estado de missão. Como a Samaritana, a Igreja encontra o mestre, sentado à beira dos poços da história, oferecendo a água que sacia, gera vida, provoca conversão, recupera o vigor e impulsiona para a missão. Convoca a um processo de desinstalação da rotina e do comodismo da vida; provoca revisão das estruturas, métodos e meios que não mais respondem à transmissão audaz da boa nova do Evangelho. Como a comunidade de Samaria que recebeu o anúncio e acolhe a verdade transformadora do Evangelho, a Igreja deseja que cada uma de nossas comunidades, livre do cansaço, da desilusão e da acomodação, seja a partir do Evangelho, um centro capaz de irradiar a vida e de gerar e reacender nos corações a esperança. (*) É arcebispo metropolitano de Maceió e membro da Ordem Carmelita.

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