Sombras ao Norte?
Estar atento aos movimentos mais significativos no campo da política e da economia nos Estados Unidos é fundamental para um melhor entendimento das tendências mundiais, conforme pode ser verificado desde o fim da primeira grande guerra mundial, isso há ma
Por | Edição do dia 30/01/2009 - Matéria atualizada em 30/01/2009 às 00h00
Estar atento aos movimentos mais significativos no campo da política e da economia nos Estados Unidos é fundamental para um melhor entendimento das tendências mundiais, conforme pode ser verificado desde o fim da primeira grande guerra mundial, isso há mais de 90 anos, nos idos de 1918. Em 2009, essa atenção é ainda mais essencial. A recente aprovação do pacote bilionário de apoio à economia, proposto por Barack Obama e aprovado pela Câmara é um desses fatos merecedores de redobrada atenção. Em primeiro lugar porque, contrariando expectativas mais ingênuas sobre o consenso americano, os republicanos votaram fechado contra esse projeto democrata, fazendo cair por terra a ideia de um governo suprapartidário, ou bipartidário. O recado, talvez necessário para a manutenção das aparências da coisas no palco da grande política interna dos Estados Unidos, é claro: o Partido Republicano é oposição ao Partido Democrata e não vai dar (barato) voto de solidariedade ao governo de Obama. Daí, uma pergunta: conseguirão os americanos um mínimo de unidade em torno de projetos políticos efetivamente inovadores ? A resposta, em função dessa votação estratégica, é não. Questões essenciais para um novo ordenamento mundial em áreas vitais como a paz e a preservação da natureza, antes tidas como ninhos de esperanças alvissareiras, retornarão às gavetas? Como a esperança é a última que morre (apesar de ser assassinada diariamente), resta torcer para que este primeiro revés de Obama seja uma mera troca de mensagens, quiçá falas ensaiadas, no teatro da política interna dos Estados Unidos, e que, ao fim e ao cabo, o simpático Barack consiga unir as principais forças em torno de projetos realmente inovadores em termos de economia, política militar, alianças internacionais e meio ambiente. Oxalá.