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Nº 5900
Opinião

Centen�rio do nascimento de Dom H�lder

“Cuidado com o canto que apenas agrada aos ouvidos, encanta os espíritos e sai todo mundo satisfeito da igreja. Este canto é perigoso, como é perigosa a pregação que não inquieta. A pregação que agrada todo mundo, que deixa todo mundo satisfeito, todo mun

Por | Edição do dia 01/02/2009 - Matéria atualizada em 01/02/2009 às 00h00

“Cuidado com o canto que apenas agrada aos ouvidos, encanta os espíritos e sai todo mundo satisfeito da igreja. Este canto é perigoso, como é perigosa a pregação que não inquieta. A pregação que agrada todo mundo, que deixa todo mundo satisfeito, todo mundo em paz... Como pode todo mundo ficar em paz se há tanta injustiça?”. Caríssimos irmãos e irmãs, é um dom da providência divina o fato de estarmos reunidos neste dia e abrirmos o centenário do nascimento de Dom Hélder no momento em que a igreja coloca no centro de sua reflexão e missão a defesa da vida. Espero que estas palavras, dirigidas neste dia singular possam mexer conosco, inquietar nossos corações e nos despertar para uma atitude de co-responsabilidade na defesa da vida e compromisso com a verdade. Que, juntos, como igreja, possamos reencontrar o potencial transformador que está intrinsecamente presente em nossa missão, quando acolhemos, vivemos, testemunhamos e anunciamos o Evangelho da Vida. A Igreja no Brasil, com a Campanha da Fraternidade que há pouco iniciamos, lança-nos mais uma vez diante do apelo do Deus da Aliança, e nos convoca a fazermos uma escolha pela vida, diante da cultura da morte e seus mecanismos; incita-nos a recuperarmos a força de convocação e testemunho de nossa fé, conscientes da urgente necessidade de um engajamento efetivo, no qual palavra e ação se encontram e se tornam profecia e anúncio do valor inalienável da vida humana. Acolher esta convocação da igreja, neste momento crucial de nossa história, é responsabilidade de todos nós cristãos batizados. A firmeza de nossa fé e de nosso testemunho em favor da vida, utilizando todos os meios e recursos humanos e espirituais que dispomos é capaz de deter a marcha, minimizar e anular o poder da “conspiração anti-vida” que, centrada no individualismo, no utilitarismo e no hedonismo, nega os direitos inerentes da pessoa e produz um sistema que destitui de valor os indefesos e constrói “uma cultura da morte e da exclusão, que se amplia e vai atingindo todos os desfavorecidos, pois todos eles parecem cada vez mais descartáveis na sociedade. (*) É arcebispo metropolitano de Maceió.

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