Editorial
Crescimento tímido

O avanço de 0,4% da atividade econômica em agosto, medido pelo IBC-Br do Banco Central, oferece um sinal de fôlego, mas não de vigor. Após meses de oscilação, a economia brasileira mostra estabilidade em ritmo moderado, sustentada pela indústria, que cresceu 0,8%, e pelos serviços, com alta de 0,2%. A agropecuária, por outro lado, recuou 1,9%, reforçando a natureza desigual da recuperação.
Com alta acumulada de 2,6% no ano e 3,2% em 12 meses, o desempenho do índice indica que o País segue crescendo, porém, sob o peso de juros elevados, que freiam o crédito, o investimento e o consumo.
A estratégia do Banco Central é clara: desacelerar para controlar a inflação. No entanto, o desafio é impedir que o remédio se torne veneno. Uma economia que cresce pouco por muito tempo perde capacidade de gerar renda, empregos e confiança, fatores essenciais para o equilíbrio fiscal e social.
Com o PIB projetado para crescer pouco mais de 2% em 2025, o Brasil precisa mais do que estabilidade monetária: necessita de um ambiente de estímulo à produção, de políticas de crédito e de investimento público eficiente. O País parece ter saído da estagnação, mas ainda caminha com o freio de mão puxado..