Editorial
Espírito pioneiro


Ao sediar a COP30, em 2025, em Belém do Pará, o Brasil está retomando um ciclo iniciado há mais de três décadas. Tudo começou em 1992, no Rio de Janeiro, quando o então Presidente Fernando Collor de Mello colocou o meio ambiente no centro da política global ao promover a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a histórica Rio-92 — ou ECO-92.
Naquele momento, o Brasil recebeu mais de 200 líderes mundiais, entre eles 61 chefes de Estado, como o presidente norte-americano George Bush, e 40 primeiros-ministros. O encontro resultou em compromissos que transformaram o modo como o planeta encara o desenvolvimento, dando origem a convenções fundamentais, como as de Mudança Climática e Biodiversidade, que seguem ativas até hoje.
A Rio-92 foi, como lembra o próprio Collor, um marco civilizatório: ali, a preservação ambiental passou a ser tratada não apenas como um ideal, mas como um valor estruturante da humanidade. Desde então, a pauta verde deixou de ser periférica e se tornou eixo das decisões econômicas, sociais e políticas em todo o mundo.
Trinta anos depois, a COP30 retoma esse espírito pioneiro. O Brasil tem a chance de reafirmar seu papel histórico — o de país que não apenas debate o futuro do planeta, mas que, desde a Rio-92, ajudou a definir o caminho da sustentabilidade mundial.
