Editorial
Alta expectativa

A reunião de líderes do G20 em Joanesburgo, na África do Sul, neste fim de semana ocorre em um momento em que o mundo busca novas bases de cooperação para enfrentar crises simultâneas: mudanças climáticas, endividamento crescente, insegurança alimentar e desigualdades profundas. Com o Presidente Lula representando o Brasil, a cúpula ganha contornos ainda mais estratégicos para o País e para o Sul Global.
A presidência sul-africana estabeleceu prioridades que refletem urgências compartilhadas por economias emergentes: fortalecer a resiliência a desastres, lidar com a sustentabilidade da dívida dos países de baixa renda, estruturar o financiamento para uma transição energética justa e consolidar a importância dos minerais críticos como motores de desenvolvimento.
Há grande expectativa em relação à declaração final, especialmente no que diz respeito aos princípios para exploração e beneficiamento dos minerais estratégicos, além do fortalecimento de mecanismos de financiamento ao desenvolvimento, pontos nos quais o Brasil tem insistido desde que assumiu a presidência do bloco em 2024.
Cabe aos líderes demonstrar que solidariedade, igualdade e sustentabilidade — lema do bloco para 2025 — podem ser mais que palavras: podem transformar-se em compromissos reais.
