Editorial
Melhora consistente

Melhora consistente
O Brasil encerrou o ano de 2024 com resultados inéditos na redução da pobreza e da desigualdade, segundo dados do Ipea e do IBGE. Pela primeira vez desde 1995, renda, desigualdade e pobreza melhoraram simultaneamente e atingiram seus melhores níveis históricos. A renda domiciliar per capita cresceu 70% em 30 anos, o coeficiente de Gini caiu quase 18% e a extrema pobreza despencou de 25% para menos de 5%.
Depois de um período marcado por crises entre 2014 e 2021, a retomada iniciada no pós-pandemia foi decisiva: entre 2021 e 2024, a renda média subiu mais de 25% em termos reais, com forte redução das desigualdades. A combinação entre mercado de trabalho aquecido e expansão das transferências de renda foi fundamental para esse avanço.
Os desafios, porém, continuam. Com o fim do ciclo de ampliação dos programas sociais, o mercado de trabalho tende a ser o principal responsável pelos indicadores nos próximos anos. Persistem 4,8% dos brasileiros em extrema pobreza e cerca de 27% abaixo da linha de pobreza, números que ainda exigem políticas públicas sólidas e contínuas.
Mesmo assim, 2024 marca uma mudança de direção: após anos de estagnação, o País volta a melhorar de maneira consistente. O desafio é transformar essa trajetória em progresso permanente, e não em mais um capítulo interrompido da história social brasileira.
