Tempo
A arte de entrar e sair de cena

Tudo na vida tem seu tempo, para entrar ou sair de cena, começo, meio e fim, aos artistas, políticos, jogadores e outros, atenção ao apogeu e ocaso, o que vale é subir e descer do palco com dignidade, diz o ditado popular, que “a vida é como vara de foguete, tudo que sobe desce”.
Aos desprovidos de autocrítica, que se sentem donos da verdade e da Lei, e por vezes até do mundo, que perderam a noção da hora de chegar e da hora de ir embora, ao soar do gongo democrático, de alerta para a alternância de comando sob a luz dos holofotes, coitados deram com os burros n’água.
Na realidade de hoje aqui em casa ou lá fora, colecionamos exemplos dos que se acham para sempre, senhores do tempo, com hora de partida, mas partida sem volta, e ai de quem não gostar, cegos de vaidade e deslumbramento, hipnotizados pelo poder, como na fantasia de Hans Christian Andersen, na fabula “o rei está nu”, expressão da estória “A roupa nova do Imperador”, que conta como um rei vaidoso é enganado por alfaiates bajuladores que prometeram fazer-lhe roupas invisíveis para os tolos, mas que na verdade não existem, estava na realidade despido, ao que uma criança exclamou para surpresa de todos “olha o rei está nu!”.
É importante para o “rei” e seus subordinados perceberem, que a majestade está nua, já era, entretanto lhes resta o legado, que pode ser do bem ou do mal, se do bem, ótimo! Pois o legado do bem é perene, tem começo, mas não tem fim, já o legado do mal pode terminar antes mesmo de começar, não tem mais gestão, mas sim congestão aguda, precisa ser esquecido definitivamente, com extremo cuidado para que não se repita.
Aos desprovidos de vergonha, de ética, de conveniência democrática, não como enfeite de discursos ridículos a revelar as verdadeiras e nefastas intenções dos infelizes de plantão, tramando golpes e contragolpes para se perpetuarem no poder, sem a menor percepção do caráter efêmero no sobe e desce da vida, recolham-se ao anonimato de nascença, contritos em autocrítica clamando perdão pelo fizeram ou do que ainda pretendem fazer.
No show da vida, como diz o cancioneiro popular, “quem sabe faz a hora não espera acontecer”, não perde a hora de ir pra casa descansar e refletir, ao invés ingenuamente de esperar aplausos da plateia em delírio, que pode surpreender com estridentes vaias do auditório decepcionado, levantando-se para ir embora.
Que o espírito de Natal ilumine nossa esperança por dias melhores no ano da graça de 2026, que chegue logo, subindo ao palco com gritos de afeto e paz ao mundo tão carente que está por novos heróis, artistas, mágicos, malabaristas do bem!
