Editorial
Mapa da transição

A iniciativa do Presidente Lula de determinar, em até 60 dias, a elaboração de diretrizes para um mapa da transição energética é um passo que coloca o Brasil mais uma vez no centro do debate climático global.
Ao cobrar de diferentes ministérios – Minas e Energia, Fazenda, Meio Ambiente e Casa Civil – um plano que reduza gradualmente a dependência de combustíveis fósseis e crie mecanismos de financiamento, incluindo um Fundo para a Transição Energética custeado por receitas do petróleo, o governo dá um sinal concreto de que pretende transformar discurso em política pública.
A proposta dialoga com o compromisso assumido por Lula na COP 30, mesmo que sua sugestão não tenha sido incluída no documento final da conferência. Para o governo brasileiro, no entanto, o simples fato de o assunto ter sido colocado fortemente em discussão, com o apoio de cerca de 80 países, demonstra o sucesso do movimento.
A iniciativa é, sem dúvida, positiva, mas a implementação é que determinará seu impacto real. Traçar o caminho é necessário, mas percorrê-lo exige metas claras, participação social e resultados mensuráveis.O Brasil tem a chance de liderar, mas o futuro da transição energética dependerá das ações que virão a seguir.
