Editorial
Vitórias diplomáticas

A retirada do ministro Alexandre de Moraes e de seus familiares da lista de sancionados pela Lei Magnitsky marca um ponto de inflexão relevante na recente tensão diplomática entre Brasil e Estados Unidos. Embora o governo americano não tenha explicitado as razões da decisão, o episódio consolida uma sequência de vitórias diplomáticas do governo brasileiro, que já havia obtido a suspensão da taxação extra sobre produtos nacionais anunciada no auge do atrito bilateral.
A atuação direta do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que manteve conversas com Donald Trump, aliada à articulação do Itamaraty junto ao Departamento de Estado americano, revelou capacidade de diálogo em um cenário adverso, marcado por acusações graves e por um discurso ideológico que buscou internacionalizar disputas internas do Brasil.
Ao reverter sanções inéditas contra um ministro da Suprema Corte brasileira, os Estados Unidos sinalizam disposição para o distensionamento e reafirmam a importância da via diplomática como instrumento de resolução de conflitos. Para o Brasil, o desfecho reforça a legitimidade de suas instituições e demonstra que a defesa firme da soberania, combinada com pragmatismo e negociação, pode produzir resultados concretos no tabuleiro internacional.
