História
Construtores de AL – CXVII

José Maria de Melo, médico, folclorista, romancista, ficcionista, político e proprietário de terras, nasceu no Engenho Flor da Penha, no município de Capela, no dia 17 de fevereiro de 1906. Em 1925, ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, formando-se em 1930. Em 1931, contraiu núpcias com dona Raquel Portela de Melo; dessa união nasceram os escritores Devis e Denis, in memoriam. Voltou à terrinha em 1936, onde começou a clinicar. Foi médico do Hospital de Nossa Senhora da Conceição, prefeito por dois mandatos e deputado federal por três.
Foi membro do Diretório Estadual do PSD, presidente do Partido Trabalhista Nacional em Alagoas, membro do Conselho Estadual de Cultura, médico do Banco do Brasil, presidente da Academia Alagoana de Letras, vice-presidente do Instituto Histórico de Alagoas e presidente da Comissão Alagoana de Folclore. Pertenceu à Escola de Viçosa, convivendo com Théo Brandão, José Aloísio Vilela e José Pimentel de Amorim.
Escreveu as crônicas Seu Qualquer (1976), Meu Colega Florisvaldo (1976), Moleque José (poesia – 1977), A Mulher do Asfalto (1980), Eu e o Mar (1980) e O Equívoco de Genival (1981). Escreveu ainda os ensaios Livros Bem-Amados (1977), Discurso de Posse na AAL (1959) e Grêmio Literário Guimarães Passos (1979). Publicou o romance Os Canoés (1971). As figuras são vivas, têm uma individualidade marcada por seus caracteres psicográficos e percorrem o livro com a fixação de personagens reais. Aí está o mérito do romancista, mérito que se afirma ainda mais em seu estilo leve e no diálogo, que é a força máxima do autor.
Escreveu diversos ensaios sobre folclore. Colaborou na Gazeta de Alagoas, no extinto Jornal de Alagoas e em diversos periódicos viçosenses. Foi secretário da Fazenda no governo de Arnon de Mello. José Maria de Melo faleceu no dia 30 de janeiro de 1984 e foi enterrado no Parque das Flores, tendo sido decretado luto oficial, numa ampla demonstração do sentimento pela perda do médico, intelectual de escol, jornalista e romancista nacional.
Diga-se de passagem, conheci-o na Academia Alagoana de Letras. Homem educado, comunicador, sempre solícito em suas conversações. Seu nome foi dado a um conjunto habitacional no Tabuleiro. Fez história nas letras, na política e no folclore. Descanse em paz sua bondosa alma nos umbrais da eternidade.
