Editorial
Enfrentamento

O Ministério dos Portos e Aeroportos lançou ontem “Assédio Não Decola, Feminicídio Também Não”, um passo relevante ao levar a mensagem de enfrentamento à violência contra as mulheres para um dos espaços mais simbólicos da mobilidade: os aeroportos.
Ao ocupar painéis, vídeos e materiais informativos em todos os terminais do País, a iniciativa rompe o silêncio que muitas vezes envolve situações de ameaça e medo. A associação direta entre comunicação visual impactante e a divulgação de canais como o Disque 100 e o Disque 180 amplia as possibilidades de denúncia e acolhimento, ao mesmo tempo em que reforça a responsabilidade coletiva na identificação de sinais de violência.
A urgência dessa ação é respaldada por números alarmantes. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelou que 2024 registrou o maior número de feminicídios desde a tipificação do crime, com quase 1.500 mulheres assassinadas, majoritariamente por companheiros ou ex-companheiros.
Levar essa discussão para aeroportos e aeronaves é reconhecer que o enfrentamento ao feminicídio deve estar presente em todos os espaços públicos, sem exceção. A iniciativa sinaliza a necessidade de transformar informação em proteção efetiva.
