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Neodesigualdades

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Tanto chamam a atenção para o índice risco-Brasil que esse parece ser o único dos indicadores dignos de preocupação. Ou será esta uma das poucas tabelas onde a realidade brasileira esteja mal colocada no mundo? Ledo engano. Outros indicadores importantes existem e o Brasil vai mal das pernas noutras pesquisas globais, como o Relatório de Desenvolvimento Humano 2002. Elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o Relatório de Desenvolvimento Humano é um desses documentos que fazem época. A pesquisa das Nações Unidas, nesse campo, busca localizar e dimensionar as desigualdades sociais no mundo. Estudando a fundo as desigualdades sociais em todos os países do mundo, o Pnud construiu uma escala de desenvolvimento humano e desigualdades que vai da Noruega (o melhor colocado) a Serra Leoa (o pior de todo o mundo). A colocação do Brasil? Quarto lugar negativo. Isso mesmo, de baixo para cima na tabela do Pnud de Desenvolvimento no Mundo, o Brasil é o quarto País mais desigual em todo o mundo. Mais injusto que o Brasil, apenas Serra Leoa, República Centro-Africana e Suazilândia. A Argentina está melhor situada do que o Brasil, no que pesem choros e panelaços dos portenhos. Segundo a pesquisa do Pnud, a renda per capta brasileira até que aumentou, mas a concentração dessa renda aumentou muito mais. A expectativa de vida dos brasileiros ainda é menor que a média da América Latina e a mortalidade infantil piorou (apesar de massacrante propaganda governamental tentando dizer o contrário). Na base de toda essa desigualdade está o modelo econômico dependente e subserviente adotado pelo governo FHC. Não é à toa que o governo federal, ao tomar conhecimento dessa pesquisa, divulgada na semana passada, limitou-se a questionar os dados apresentados. Incapaz de uma mea culpa, o governo brasileiro tergiversa e procura ocultar o que o mundo já sabe, ou seja, temos crescido para baixo em termos de desenvolvimento humano. Soluções para essa questão deveriam estar sendo colocadas na pauta do debate presidencial, pois já perdemos oito anos nessa guerra.

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