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segunda-feira, 24/03/2025 | Ano | Nº 5929
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Cola��o de grau

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EDUARDO TAVARES MENDES * De todas as cerimônias, nenhuma consegue ser, ao mesmo tempo, mais solene e mais festiva, mais longa e mais tolerável, mais alegre e paradoxalmente mais triste, do que a de colação de grau. Há mais de 10 anos participando de formaturas de bacharéis em Direito, seja como vice-diretor, seja como diretor, da Faculdade de Direito de Maceió, temos a solenidade colação de grau como o grande momento da vida acadêmica. O discurso, em tom empolgado, do orador da turma, mostra que os novos bacharéis enfrentarão com otimismo as dificuldades e os entraves que certamente serão encontrados ao longo da caminhada. A alegria da conquista e o entusiasmo natural de quem vai enfrentar nova jornada contrastam com a tristeza da despedida. A turma, os mestres, os problemas curriculares, tudo, pois, já é passado. Costumamos dizer que o futuro do bacharel em Direito é promissor, e fazemos tal afirmativa porque, durante todos os semestres letivos, temos sido brindados com notícias de que dezenas e mais dezenas de ex-alunos do CCJUR têm logrado êxito nas mais variadas atividades jurídicas. São advogados de sucesso, juízes, promotores, delegados, defensores públicos, procuradores, enfim, são operadores do Direito que, em Alagoas e em todo o Brasil, têm feito tremular a bandeira do Centro de Estudos Superiores de Maceió. Mas, infelizmente, o êxito que tem sido alcançado por uma parte minoritária de egressos dos incontáveis estabelecimentos de ensino universitário do Brasil está longe de ser atingido pela grande massa de portadores de diploma de curso superior, seja da área das Ciências Jurídicas, seja de qualquer outra área do saber. E não podia ser diferente em um país de economia conturbada cuja prioridade, seguramente, não tem sido o desenvolvimento social. Como vencer compondo a multidão dos excluídos? Como prosperar em meio a tanta miséria? Mormente, quando verificamos encontrar-se a Nação mergulhada em incontáveis desmandos administrativos e em tantos desajustes sociais! Esta é uma realidade da qual não nos podemos esquivar. Como dizia José Martí: “Para que somos homens, senão para enfrentarmos a verdade cara a cara ?” Quando fazemos este tipo de reflexão compreendemos porque a solenidade de colação de grau faz aflorar na consciência dos membros da congregação tantos sentimentos distintos. O temor e a insegurança, entretanto, deploravelmente, decorrem da incerteza de um futuro que pode coincidir com o do próprio país: imprevisível, incerto, pouco promissor. Mas os milhares de jovens desempregados não devem desgarrar-se da esperança de que melhores dias virão, pois, como já se disse, “o otimismo é a fé em ação. Nada se pode levar a efeito sem otimismo”. A cerimônia de colação de grau, contudo, é um momento de glória que jamais será esquecido. (*) É PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE ALAGOAS (AMPAL) E DIRETOR DA FACULDADE DE DIREITO DE MACEIÓ

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