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De Tagaste a Hipona

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Nascido em Tagaste, realizou seus primeiros estudos na região da Numídia. Ordenou-se sacerdote em Hipona, onde fundou um mosteiro, e dirigiu como bispo a comunidade. Entre Tagaste, de Agostinho, pecador e sensual, e de Agostinho batizado e cristão, vamos encontrar o coração de uma mulher orante, Mônica, mãe de Agostinho, a pedir pelo filho. O início de sua vida espiritual ocorreu com a leitura do Hortêncio, de Cícero. Não obstante, seu encontro com santo Ambrósio conduziu-o ao batismo, levando-o à convicção de que a autoridade da fé é a bíblia, na qual a igreja se apoia e lê, com insistência. A influência neoplatônica dissipou alguns obstáculos que encontrava para aceitar o cristianismo, mas o impulso definitivo lhe veio através da leitura da Carta do Apóstolo Paulo aos Romanos, na qual descobriu Cristo não só como Mestre, senão também como Salvador. Eleito bispo de Hipona, desenvolveu, além de enorme tarefa pastoral que ia, desde a administração econômica à defrontação com as autoridades políticas. A obra de Agostinho, inclui autobiografias (confissões, retratações...), Tratados de Filosofia, Tratados Dogmáticos, a Cidade de Deus, livro sobre a Trindade, livros polêmicos, livros sobre a Graça de Cristo, 270 cartas, 380 sermões, Tratados sobre Cristo, o divino Amor, sem o qual é impossível encontrar a felicidade. É dele a famosa declaração: “Ó felicidade eterna, quão tarde Te encontrei...” A graça para Agostinho é um dom de Deus. É gratuidade. Mariologicamente, sustentou o bispo de Hipona o nascimento de Deus da Virgem Maria, mas não chega a utilizar a terminologia de “Mãe de Deus”, típica do Oriente. Afirmou, igualmente, a virgindade perpétua de Maria, embora a considerasse verdadeira esposa de José. Sustentou não ter sido Maria manchada pelo pecado. Talvez o pecador Agostinho não tivesse sido o que é, não houvesse o coração daquela mulher, que se chama mãe, entre Tagaste e Hipona: Mônica, aquela mulher que viveu a penitência e derramou lágrimas para que seu filho encontrasse a felicidade em Deus. (*) É bispo emérito de Palmeira dos Índios e presidente da Academia Alagoana de Letras.

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