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Limites da vida humana

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JOSÉ MEDEIROS * Há dois anos escrevi uma crônica sobre a ampliação gradual dos limites da vida humana, a chamada expectativa de vida, que, no Brasil, era de 40 anos na década de 40, e que se encaminha para a média de 70 anos no fim de 2003. Vida bem mais longa como se previa. Há novidades a referir: emissora de âmbito nacional divulgou recentemente números atuais de pessoas que ultrapassaram a barreira dos 100 anos, e não são poucos. Cientistas acreditam que nos próximos 70 anos a esperança de vida das mulheres americanas alcançará 101 anos. Utopia, irrealidade? Ou será evolução da ciência e de suas aplicações à medicina com melhoria da qualidade de vida? Volto a esse assunto para citar uma estatística do IBGE, divulgada através de artigo de um ministro do governo federal. É uma previsão chamada de “tábua da vida”. Diz: “O brasileiro, ao nascer, tem uma esperança de vida de 68,6 anos. Mas a geração de 50 anos tem expectativa de viver até os 75,5; a de 55 anos, até os 76,5; a de 60 anos, até 77,8; a de 65 anos, até 79,3 anos. Um comentário se faz necessário: essa previsão estatística tem algumas variantes. Há pessoas de 70 anos que são mais saudáveis que outras de 50. Imagine-se um cinqüentão, fumante inveterado, vida sedentária, alimentação inadequada, noites mal dormidas, estressado, pode ter menor condição de saúde que outro de mais idade, que se cuida, controla os fatores de riscos cardíacos, faz prevenção. Por todos os motivos, quem se cuida bem vive mais. Entretanto, não se assuste com esse prognóstico da “tábua da vida”. Pode-se viver muito mais do que foi previsto na estatística citada. Receitas para vida longa não existem nas prateleiras das farmácias. Os médicos aconselham, mas cada um autodetermina seu próprio destino. Testes genéticos permitirão que doenças possam ser diagnosticadas antes que apareçam. Ressonâncias magnéticas, tomografias computadorizadas, endoscopias, cirurgias avançadas possibilitam diagnósticos precoces e tratamentos adequados. Num evidente exagero, Roberto Piccini, um apaixonado pela tecnologia, chega a afirmar “que a medicina não precisa mais de médicos, o diagnóstico pode ser estabelecido pela máquina e os remédios indicados pelo computador”. Como se observa, trata-se de excesso da era digital. Em verdade, o médico continua a ser o grande elo para que se mantenha uma melhor condição de saúde. Eis um texto que pode ser subscrito por médicos e leigos: “Quem desenvolve bons hábitos desde cedo, pratica exercícios regulares, tem relacionamentos amorosos estáveis, cultiva amizades, evita o fumo, mantém alta atividade mental e dribla o estresse com bom humor pode ser dez vezes mais saudável e feliz na terceira idade do que quem não agiu dessa maneira. O modo como se vive até os 50 anos determina a qualidade de vida depois dos 65”. (*) É MÉDICO E EX-SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO E DE SAÚDE

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