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Minha lenda pessoal

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Releio um dos livros de Paulo Coelho e reencontro uma expressão que permanece como uma marca do autor: ?minha lenda pessoal?. A palavra ?lenda? significa tradição popular, narração de fatos reais ou fictícios, ampliados, fantasiados, romanceados. Quanto mais fértil a imaginação maior o resultado. Paulo Coelho consagrou esse uso repetindo que ?minha lenda pessoal é minha história; quando você quer alguma coisa, e quer com força, tudo no universo conspira para que você realize seu desejo?. Afirma o escritor que nessa expressão está concentrado o segredo de seu sucesso. Numa roda de amigos, durante uma dessas conversas informais de fim de ano, discutimos o presente e o futuro. O que a maioria desejava? Bem-estar pessoal, saúde, família, realização profissional, razoável dinheiro no bolso e, se tudo isso acontece, vem, inevitavelmente, uma palavrinha mágica que surge como por encanto: felicidade. A busca da felicidade (para muitos, momentos felizes). Se bem que o objetivo da vida do ser humano passou a constituir-se insumo essencial da qualidade de vida, uma conclusão tornou-se clara ao longo da discussão: em cada pessoa falta alguma coisa, por mínimo que seja. Lembrei-me do ?Sinal de Ramanita? de que fala Malba Tahan em um de seus contos: há sempre uma pedrinha, uma dor que maltrata, uma imperfeição que incomoda, um empecilho a superar, ao longo da trajetória existencial. Entretanto, quem descobre uma boa fórmula de vida, sabe que ela consiste em viver bem o momento que passa, em meio ao labirinto do tempo real. De repente, somos interrompidos: um barulho de uma queda e então aparece a Clarita (10 anos), neta de um dos amigos presentes. Agitada, ?carinha mais marota que já se viu em qualquer latitude?, ficou espantada de ver seu pai em reunião. Aproveito sua presença e faço a pergunta do tema em discussão: Clarita, você é feliz? Ela para, muda seu semblante para uma expressão de preocupação, mas responde: ?Sou feliz com minhas bonecas?. No mundo infantil de Clarita, suas bonecas constituíam o suficiente para fazê-la feliz. Ao leitor, será útil o conselho de que persista em sua ?lenda pessoal?; não desista de seus sonhos e desejos, em vista de que o melhor é pensar que este novo ano vai ser novo a cada dia, pródigo em bons e agradáveis momentos. Uma utopia, talvez. Entretanto, aproveite o dia que passa, pois hoje é o primeiro dia do resto de nossas vidas. (*) É médico e ex-secretário de Educação e de Saúde.

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