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Opinião

Abismos sociais

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Com razão, a cidade de São Paulo é considerada, desde as primeiras décadas do século XX, como a principal referência do desenvolvimento do Brasil. O que de bom acontece lá, quase nunca se reproduz no País (como a pujante industrialização), mais o lado ruim é certo se reproduzir nos demais Estados (como o desemprego e a violência urbana). Nessa ótica, causou espécie o resultado de pesquisa realizada pela prefeitura paulistana. Segundo esses estudos, 55,4% da população da capital de São Paulo “vive em situação comparável a de países africanos. Por outro lado, 3,5% dos paulistanos têm um padrão de vida que se assemelha ao da Europa (...)”. Chegou-se a esses resultados usando-se o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) sobre os dados recolhidos no censo realizado no ano 2000. Será que hoje a situação melhorou? É certo que não e isso assusta mais ainda e confirma as mais dantescas perspectivas, explicando o porque da intensificação da violência na principal cidade brasileira. A exclusão social, nos últimos anos, ganhou uma aceleração sem precedentes. São Paulo está descendo ladeira abaixo – sem freios. E São Paulo não é a locomotiva do Brasil? Os dados levantados pela pesquisa da Prefeitura de São Paulo são alarmantes e devem preocupar todos os brasileiros e não apenas os cidadãos paulistanos, pois, nesse caso, estamos apenas diante de reflexos particulares de uma mesma realidade – a do Brasil de FHC. A extensão da desigualdade social pode ser entendida pela projeção realizada sobre as áreas urbanas paulistanas de Parelheiros e Morumbi. Se a política de distribuição de renda não for alterada, os moradores de Parelheiros levarão 946 anos para que sua renda média alcance o patamar da renda média dos viventes no Morumbi. Essa realidade tem de ser entendida como produto de políticas públicas que precisam de modificações urgentes. Caso contrário, será irreversível uma realidade de verdadeira guerra urbana, do tráfico, dos seqüestros. Uma realidade de desespero e desesperança social, enfim.

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