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Conta asfixiante

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Novamente a questão da dívida alagoana e do “ajuste fiscal” voltam à tona, numa discussão que ainda não tem respostas adequadas dadas as muitas interrogações colocadas. O economista e pesquisador Cícero Péricles de Carvalho, professor da Ufal, em entrevista publicada na GAZETA DE ALAGOAS, em sua edição de domingo, analisa essa verdadeira cruz que insiste em pesar sobre os ombros alagoanos. Em primeiro lugar, deve-se destacar um aspecto político importante salientado pelo economista. O levantamento da justeza desses débitos continua sendo uma tarefa política de grande importância, à espera dos devidos encaminhamentos. Essa é uma questão basilar, pois não se pode cair no simplismo de propor soluções para a dívida sem estudar esse débito, verificar se o mesmo está correto, se não contém parcelas indevidas, ou já saldadas, etc. Ninguém pode, em sã consciência, querer ignorar esses débitos e propor o não-pagamento, afinal estamos tratando de finanças públicas e de responsabilidades de Estado. Igualmente, não se pode implorar – como uma dádiva – a redução, ou postergamento, de parcelas a serem pagas como um favor concedido pelo governo federal, ou quaisquer outros credores. A questão é se esclarecer em primeiro lugar as persistentes dúvidas sobre a dívida. Por que o débito pulou de R$ 2,1 bilhões para R$ 3,4 bilhões, quando o Estado tem pago suas parcelas segundo a cartilha imposta pelo governo federal? É chocante a avaliação, exposta pelo economista, de que Alagoas pagou mais ao governo federal, entre janeiro de 1999 e junho de 2002, do que aplicou em investimentos e custeio no Estado, no mesmo período de tempo. Mas essa análise é de uma verdade simples de se auferir, basta checar as contas oficiais. O professor da Ufal adianta os números nos quais embasou sua avaliação: Alagoas pagou ao governo federal, em três anos e meio, R$ 600 milhões e investiu no Estado R$ 400 milhões no mesmo período. De fato, como sair do buraco com uma contabilidade dessas? Sem dúvidas, uma reavaliação, mesmo que tardia, é necessária.

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