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Nº 5814
Opinião

Semi-�rido

Começou ontem e será encerrado na sexta-feira, em Fortaleza, o Fórum de Debates Natureza e Sociedade no Semi-Árido, discutindo três temas: A Terra, o Homem e a Luta contra a Seca. O evento marca os 100 anos de Os Sertões, de Euclides da Cunha, e os 30 ano

Por | Edição do dia 21/08/2002 - Matéria atualizada em 21/08/2002 às 00h00

Começou ontem e será encerrado na sexta-feira, em Fortaleza, o Fórum de Debates Natureza e Sociedade no Semi-Árido, discutindo três temas: A Terra, o Homem e a Luta contra a Seca. O evento marca os 100 anos de Os Sertões, de Euclides da Cunha, e os 30 anos da Fundação Cearense de Recursos Hídricos. O evento reúne vários especialistas do País e do exterior, inclusive do Banco Mundial e da Agência Nacional de Águas. E tem, como uma das suas finalidades, a criação de uma rede de pesquisadores sobre o desenvolvimento de técnicas com a seca. O encontro acontece justamente quando voltam a surgir as preocupações no Nordeste com a estiagem que começa antes do período normal e os prognósticos meteorológicos já indicando um período de chuvas com irregularidade especial e temporal. O próprio secretário nacional de Defesa Civil, José Wilson Pereira, segundo informou, ontem, a Agência Nordeste, constatou essa situação, na semana passada, ao visitar os Estados do Piauí, Pernambuco e Paraíba. Mais de 200 municípios da região encontram-se novamente em situação de emergência por causa da seca. E mais uma vez começam a ser anunciadas tradicionais medidas paliativas, incluindo o programa Bolsa-Renda e o financiamento da distribuição de água potável por caminhões. Certamente essas providências, que têm alimentado a tal indústria da seca, principalmente nas proximidades das eleições, não estarão salientadas no rol das propostas defendidas durante o importante encontro de Fortalezas como as ideais para a melhoria das condições de sobrevivência da expressiva parcela da população brasileira que vive no semi-árido. Para assegurar as efetivas condições de desenvolvimento sustentável desta parte do território nacional que continua exibindo os mais vergonhosos números dos problemas sociais. Do analfabetismo, do desemprego, da fome e da miséria. Sabemos, de há muito, que a busca das melhores soluções, dos meios necessários, para que as pessoas convivam com os rigores de fenômenos como os das secas, passa por projetos amplos e de resultados duradouros. Com investimentos em infra-estrutura e incentivos à produção e à geração de empregos que devem acontecer não apenas nos poucos meses de temporada de caça ao voto.

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