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Crian�as do Brasil

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MILTON HÊNIO * Há muito tempo se diz que o Brasil é um País de jovens... que a juventude é a maior riqueza nacional... que o futuro depende destes 58 milhões de crianças e adolescentes de zero a 17 anos. Por trás desse número, no entanto, se esconde uma dolorosa realidade: um País que optou pelo crescimento econômico a qualquer custo, concentrou a renda e deixou 58% dos brasileiros em situação de miséria ou de extrema pobreza. A criança pobre brasileira encontra-se em situação dramática, principalmente nas grandes cidades. Estamos comentando este ano o 12º aniversário da vigência do Estatuto da Criança e do Adolescente no Brasil. Foi assinado na época pelo então presidente Fernando Collor de Mello e representou a grande conquista da sociedade brasileira em defesa dos reais interesses da criança e do adolescente. Inegavelmente já caminhamos muito daquela época até os nossos dias. Conquistas notáveis já foram realizadas, porém precisamos ainda de muita estrada, de muita coisa para que a criança deixe de viver o pesadelo em que vive neste início de Século 21. Vejamos alguns dados: - Em cada 1000 crianças que nascem atualmente no território nacional, 50 não completam o primeiro ano de vida. Nas regiões norte-nordeste a situação é grave; existem locais em que essa cifra ultrapassa 100 óbitos por mil nascidos. Graças à Pastoral da Criança, essa situação tem melhorado demais em várias cidades nordestinas. - Estima-se que uma em cada quatro crianças de nosso território seja desnutrida. - De cada 5 crianças que nascem no Brasil, 4 são de famílias pobres, onde a taxa de fecundidade costuma ser duas vezes e meia superior à das famílias não pobres. - Um quinto de nossas crianças e adolescentes abandonam seus estudos para se dedicarem ao trabalho. - Em 30% das famílias pobres em que falta um cônjuge, 20% dos filhos que trabalham têm menos de 10 anos. - Boa parte das crianças que trabalham o fazem em condições de insalubridade, com pagamento ridículo pelo trabalho executado. Portanto, ao candidato eleito presidente da República, cabe tentar de toda forma mudar esse quadro. Aqui em Alagoas, o secretário da Saúde, o médico Álvaro Machado, inegavelmente, segundo li em seu relatório, tem feito o maior esforço e até conseguido melhorar bastante a situação de nossas crianças. Eu o parabenizo pelo entusiasmo em querer fazer o melhor que pode, visando ao bem-estar de nossa população infantil. Diz o Estatuto da Criança em alguns de seus itens: “A criança deve ser protegida contra toda forma de abandono, crueldade e exploração”. “A criança necessita de amor e compreensão para o desenvolvimento pleno e harmonioso de sua personalidade”. A realidade, porém, tem sido outra. As estratégias apontam 7 milhões de menores que vivem quase permanentemente nas ruas, sujeitas à violência de toda espécie. Vamos esperar. Esperar é viver. Temos a firme esperança de que o Brasil siga caminhando para a democracia e que o resgate da dignidade de milhões de crianças e adolescentes prossiga paralelamente a essa árdua trajetória. A felicidade e o bem-estar de nossas crianças dependem do nosso desenvolvimento econômico, da responsabilidade de cada pessoa da comunidade, dos políticos patriotas e humanistas e da sociedade como um todo. Que nossas crianças cresçam felizes para serem úteis à pátria. Só assim surgirá um verdadeiro cidadão. E com ele uma sociedade mais justa e fraterna. (*) É MÉDICO

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