Polícia
Detentos transferidos para Rond�nia

Os 41 presos mais perigosos de Alagoas foram despachados ontem para a penitenciária federal de segurança máxima de Porto Velho, em Rondônia. Sob iminente risco de ataque ao comboio, uma operação de guerra foi montada com 90 policiais militares, 80 agentes penitenciários, um helicóptero do Grupamento Aéreo da PM, um avião Hércules da Força Aérea Brasileira (FAB) e 42 agentes federais para garantir a escolta. A transferência foi baseada no que determina o decreto federal 6877, que entrou em vigor no passado para controlar crises no sistema prisional. Os presos banidos do Estado são acusados de liderar rebeliões, planos para matar juízes e diretores de presídios, ameaças a integrantes da Justiça e da segurança pública, além de comandar crimes de dentro do presídio, planejar fugas e resgates. Condenação ultrapassa 2 mil anos A soma das condenações dos presos deportados de Alagoas chega a mais de 2 mil anos. Só um simples relatório com o resumo dos crimes praticados por eles tinha mais de cinquenta páginas, isso porque a lista estava em texto corrido. Tráfico internacional de drogas, sequestros, assassinatos, ações coordenadas pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), assaltos a bancos, lotéricas e prefeituras, rebeliões, roubo de cargas, resgates de presos, fugas, extorsões e vários outros crimes são atribuídos aos mafiosos. Quase todos tiveram seus feitos noticiados em larga escala e ficaram famosos no mundo do crime. Entre os 41 exilados, um dos homens mais temidos em Alagoas é o traficante Amauri Barbosa Ferreira, o ?Ari?, considerado até hoje o dono do Morro do Ari, um dos principais e mais antigos distribuidores de drogas em larga escala do Estado, que mantinha o comando dentro do presídio. Após se livrar da prisão várias vezes por contratar bons advogados, só foi condenado depois de um flagrante com 30 quilos de maconha. ?Homicida é extremamente violento? Na ficha de Flávio Elias dos Santos, o ?Palhaço?, tem escrito ?homicida extremamente violento, frio e calculista?. Já condenado por sete crimes, é um dos líderes do PCC no Nordeste, matou presos dentro do sistema prisional, organiza rebeliões e também responde por roubo de cargas. O resumo da ficha de José Cícero Moraes Carvalho, o ?Cicinho? preenche duas folhas. Entre tantos crimes, destaca-se a participação no assassinato do pistoleiro ?Ciço Belém?, em 2005. José Edvaldo Luma pode ter faturado R$ 1,2 milhão em oito assaltos a caixas eletrônicos do Unibanco. Também foi preso na Operação Toupeira, que evitou o maior furto da história de Alagoas, com a escavação de um túnel que daria acesso ao cofre da agência central da Caixa Econômica, no Farol. José Roberto da Silva Rocha, o ?Bolão?, atuava em Pernambuco e Alagoas, tornou-se um dos principais distribuidores de drogas dentro do presídio. Superlotação leva a mudança de presos | PATRÍCIA BASTOS - Repórter Arapiraca ? Dezesseis presos da Casa de Custódia de Arapiraca foram transferidos, ontem, para Maceió. Conforme o coordenador da unidade prisional, Jorge Samuel, a medida foi adotada a fim de reduzir a quantidade de presos no cadeião, que enfrenta problemas de superlotação. ?A capacidade é de 80 presos e nós estávamos com 130. Felizmente contamos com o empenho dos juízes e dos delegados Marcílio Barenco [diretor-geral da Polícia Civil] e Maurício Duarte [diretor da Polícia Judiciária na Área 2] para amenizar esse problema. Infelizmente, se a gente continuar somente absorvendo presos, em pouco tempo estaremos com essa quantidade de novo?, afirmou Jorge Samuel. A lista de presos transferidos foi definida de acordo com o grau dos crimes que cometeram, como homicídio e assalto. Entre os detentos que se mudaram para Maceió está André José de Limeira, 28 anos, um dos acusados do assassinato da estudante Jéssica Maria Araújo, ocorrido no fim do mês de março, no povoado Canaã, zona rural do município de Arapiraca.