Armas: Sindpol suspeita que empres�rio seja um laranja
O presidente do Sindicado dos Policiais Civis (Sindpol), Carlos Jorge (foto), afirmou, ontem pela manhã, durante ato público realizado na porta da Secretaria de Defesa Social, que a categoria está acompanhando o caso das compras das armas importadas com
Por | Edição do dia 06/09/2002 - Matéria atualizada em 06/09/2002 às 00h00
O presidente do Sindicado dos Policiais Civis (Sindpol), Carlos Jorge (foto), afirmou, ontem pela manhã, durante ato público realizado na porta da Secretaria de Defesa Social, que a categoria está acompanhando o caso das compras das armas importadas com muita atenção. A entidade quer saber a forma como foi feita a negociação e quem autorizou a transação comercial. Para o sindicalista, Mário Lúcio Costa, preso em São Paulo e apontado pela polícia como sócio da MPI Trandding, pode ser um laranja nesse esquema descoberto através do Conselho de Segurança Estadual. Na sua opinião, outras pessoas podem estar envolvidas no sumiço do dinheiro. Segundo Carlos Jorge, a autorização para a compra das armas ocorreu em novembro de 2001 e teve o aval do então secretário, Mário Pedro. O cheque administrativo foi assinado pelo então diretor de Administração, José James. No entanto, somente agora é que a atual cúpula que tinha conhecimento resolveu investigar depois que o caso foi denunciado pelo Conselho de Segurança, afirmou. As pessoas citadas têm que ser chamadas à responsabilidade e o Ministério Público Federal deverá ser informado do que está ocorrendo na Secretaria de Defesa Social . O Sindpol, segundo Carlos Jorge, responsabiliza a Polícia Civil e o governo do Estado pelo que vier a ocorrer com Mário Lúcio, apontado como a pessoa que intermediou uma compra ainda não concretizada e que estaria alegando não saber onde estão as armas e o dinheiro cerca de R$ 1 milhão e 300 mi em valores de hoje. Depoimento Em sessão fechada à imprensa, o suposto sócio da MPI Trandding, Mário Lúcio, prestou depoimento aos promotores do Núcleo da Fazenda Pública do Ministério Público. Ele chegou escoltado por homens do Tigre e passou a tarde e parte da noite tentando esclarecer o destino dado ao dinheiro das armas. Contratado por Mário Lúcio, o advogado Welton Roberto mostrou aos jornalistas um fax enviado pela empresa Franchi S.p. A. informando que o armamento estava pronto para ser embarcado e que só restava a autorização do governo federal. No momento, não existe pontualmente nenhum documento que comprove que as armas foram pagas, retrucou o promotor Cyro Blatter, ressaltando que pretende esclarecer a nebulosa transação comercial.