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Nº 5905
Polícia

Bandidos imp�em a lei do sil�ncio nas favelas

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Por | Edição do dia 13/10/2002 - Matéria atualizada em 13/10/2002 às 00h00

A lei do silêncio não é privilégio apenas das favelas do Rio de Janeiro. No complexo de favelas do Vergel do Lago, por exemplo, quem ousar fazer denúncias acaba assassinado. Alagoas não tem nenhum Elias Maluco ou Fernandinho Beira- Mar, mas tem bandido capaz de degolar inimigo que se atreva a invadir seu território para vender drogas. Há cerca de um mês, um homem sem identificação foi encontrado totalmente queimado em um sítio no Trapiche da Barra. Informantes da polícia que jamais podem aparecer ou mesmo ter o nome revelado disseram que a vítima era traficante no Clima Bom e estava começando expandir seus negócios naquele complexo de favelas. Não durou mais de 14 dias na área. Foi seqüestrado à noite e apareceu carbonizado. Pela segunda vez no comando da Delegacia de Repressão às Drogas (DRD), o delegado Alcides Andrade não tem a menor dúvida de que a orla lagunar do Vergel do Lago está cheia de traficantes e viciados e que os crimes ali registrados têm os mais diversos tipos de motivos, sendo um dos principais o tráfico de drogas. Ele afirma que os líderes dos movimentos não permitem que estranhos entrem naquele território e os que tentaram foram mortos de forma violenta. “Não existe segredo nem mistério. A droga está solta apesar do combate das polícias Civil e Militar, que usam todos os meios legais e estruturas”, explica Alcides Andrade. O delegado esclarece que para combater o tráfico de drogas de forma efetiva, em qualquer parte do mundo, é preciso ter uma polícia estruturada. Andrade relata que a Polícia Civil alagoana carece de uma maior condição, sobretudo no que se refere a material humano. “Com o advento do recém- concurso para a polícia, as delegacias deverão dobrar seus efetivos. A Secretaria de Defesa Social recebeu novas viaturas. Então, a partir do momento em que tivermos policiais e veículos, teremos muito mais condição de combater este tipo de delito”, acredita o delegado Alcides Andrade. O combate ao tráfico tem sido aprimorado pela Polícia Federal em todo o Estado, que em menos de 20 dias apreendeu cerca de 300 quilos de maconha prensada. Combate especial A Secretaria de Defesa Social, com base no raio X da violência, em todos os seus segmentos, mantém grupos especiais combatendo os crimes até que os policiais civis, em greve, voltem às suas atividades. O Tático Integrado de Operações Especiais (Tigre), Operação Litorânea (Oplit) e Comando Tático Integrado (Coti) estão fazendo o trabalho de delegacias especializadas, hoje paradas devido ao movimento grevista. Com o fim da greve, a secretaria acredita que a criminalidade vai sofrer baixas, uma vez que colocará maior efetivo para desarticular as quadrilhas. A Polícia Civil tem o mapa do crime em Alagoas. Os bairros do Jacintinho, Vergel do Lago, Clima Bom (o mais violento da capital alagoana), Chã da Jaqueira, Feitosa e Benedito Bentes serão alvos de muitas operações, assim que a greve terminar. Pelo menos este é o propósito da Polícia Civil. Delegados especializados estarão no comando de suas delegacias para iniciar uma verdadeira varredura nos citados bairros para garantir segurança à população, principalmente para quem mora na periferia e é obrigado a conviver com fatores de risco para a criminalidade.

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