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Nº 5832
Polícia

Cavalcante pode responder por mais um crime

A Polícia está apurando o possível envolvimento do ex-tenente-coronel Manoel Cavalcante em mais um homicídio ocorrido no interior do Estado. Desta vez, Cavalcante teria mandado assassinar o comerciante José Luiz de Souza, dono do bar La Bodeguita, crime o

Por | Edição do dia 24/02/2002 - Matéria atualizada em 24/02/2002 às 00h00

A Polícia está apurando o possível envolvimento do ex-tenente-coronel Manoel Cavalcante em mais um homicídio ocorrido no interior do Estado. Desta vez, Cavalcante teria mandado assassinar o comerciante José Luiz de Souza, dono do bar La Bodeguita, crime ocorrido em maio do ano passado, no município de Santana do Ipanema. A testemunha ocular da trama, José Antonio, está hoje sob proteção do Ministério da Justiça. Uma fita examinada pela Polícia Federal com uma entrevista da testemunha já está de posse da Justiça. Na entrevista concedida à radio Santana FM, ele acusa, além do ex-militar, Fátima da Silva, conhecida como Fátima Jóia, e José Ronaldo, ex-assessores de Cavalcante, quando ele era candidato a prefeito de Santana do Ipanema. A Secretaria de Defesa Social já designou um delegado especial para apurar o caso. Na entrevista, José Antonio conta que a vítima estava tomando cerveja numa barraca do Parque José Alcântara, onde estava sendo realizada uma vaquejada. Em certo momento, Fátima e Ronaldo teriam derrubado uma garrafa de cerveja que estava na mesa de José Luiz, que passou a agredir moralmente os dois e até Cavalcante, chamando-o de bandido. Ao chegaram ao comitê de campanha, os dois contaram o ocorrido ao então candidato e pediram que ele tomasse as providências “cortando a língua de José Luiz, porque ele estaria falando demais”. A testemunha afirma ainda na entrevista que Cavalcante procurou saber informações sobre a vida da vítima, endereço e se tinha algum estabelecimento comercial. Campanha “Cavalcante disse que naquele momento e enquanto tivesse o período de campanha não podia fazer nada para não prejudicar a campanha”, afirmou ele na entrevista, acrescentando que ouviu quando o ex-militar disse a Fátima e Ronaldo que não se preocupassem, porque após as eleições mandaria matar José Luiz. “E que não só ele seria assassinado, como também mais pessoas que do conhecimento dele denegriam a sua imagem”, afirmou. Lista Na lista para serem assassinados estariam ainda – de acordo com a testemunha – uma professora conhecida como Tadéia, Luis Geraldo, ex-secretário de Administração na gestão do prefeito Paulo Ferreira, Crerisvaldo Barros, Djalma Modesto, ex-secretário de Cultura, Maria José de Oliveira Queiróz, conhecida como Baé. “Eu ouvi tudo isso e como de fato estou provando é que sete dias após as eleições o José Luiz foi assassinado dentro da La Bodeguita”, afirmou José Antônio na entrevista. Ele afirma ainda que só fez a denúncia dois dias após o crime, por ter medo de ser assassinado. “Ainda não havia estourado essa gangue fardada, ele (Cavalcante) encontrava-se ainda em liberdade e eu não podia de forma alguma abrir a boca e denunciar esse crime com o ex-coronel Cavalcante em liberdade, porque eu seria apenas mais uma vítima dele...” Na noite em que foi assassinado, José Luiz estava fechando o seu estabelecimento quando chegou o advogado Iran Siqueira de Queiróz, que insistiu para que o comerciante abrisse o bar para tomar apenas uma cerveja. A princípio, José Luiz negou o pedido alegando que ia para a festa de São Cristovão. Mas depois resolveu atender ao pedido do advogado, que ao pegar a cerveja se afastou um pouco do bar. “...Foi quando os pistoleiros entraram e fizeram os disparos contra a pessoa de José Luiz”, conta a testemunha, acrescentando que duas pessoas, Michel e Priscila, sabem quem foram os bandidos, “inclusive um suspeito número um é aquele Tó, que foi assassinado em um bar também a mando do ex-coronel Cavalcante”, afirmou. Com essa fita, a polícia irá reabrir o caso, já que o primeiro inquérito resultou no indiciamento de uma pessoa que não teria nada a ver com o assassinato do comerciante.

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