O trabalho que o sociólogo realizou traz também o perfil do policial do Batalhão de Radiopatrulha. A imensa maioria (95,24%) é formada de homens, o que dá a essa unidade militar um ambiente muito masculinizado. “É curioso observar que a presença da mulher pode ser entendida como outsider, ou seja, ela não pertence ao grupo. Seus estigmas não são entendidos como compatíveis para uma atividade tão intensa como é a policial. Desta forma, ela poderá ser entendida pelos demais membros do grupo como uma desviante”, afirma Carlos Martins. Quanto à patente, 71,77% são soldados. A maioria (23,02%) tem idade entre 27 e 30 anos, seguido dos dois grupos de 31 a 34 (23,02% )e o de 39 a 42 (15,08%). Um número significativo (32,54%) se disse solteiro. Os casados somam metade da tropa: 52,38%. Têm renda familiar baixa: 36% declararam ter entre 1 a 6 salários, e 49,60% estão na faixa de 4 a 6. Quanto ao grau de escolaridade destacam-se os grupos que responderam possuir ensino médio completo (42,06%) seguido dos que responderam possuir superior incompleto (33,33%) e superior completo (17,46%). Os que responderam possuir apenas nível fundamental completo somaram apenas 1,59%. “Chamou atenção a presença de policiais cursando pós-graduação (especialização, mestrado e doutorado). Apesar de ser um número muito pequeno, essa informação contribui para a constatação de que o Batalhão de Radiopatrulha da PM de Alagoas possui um bom nível de escolaridade”, destaca Martins.