Polícia
OAB fecha escrit�rio de advocacia

Desempregado, Milton Rafael da Silva acreditou que poderia resolver muitos problemas se recebesse cerca de R$ 3 mil, que, segundo lhe foi informado, teria direito da revisão do seu FGTS. Para isso, pagou os R$ 60 cobrados pelo escritório de advocacia que procurou, e que lhe prometeu dar entrada numa ação judicial para que recebesse a quantia a que supostamente teria direito. Ontem, Milton descobriu que foi vítima de um golpe. Ele viu o suposto escritório ser fechado pela polícia, numa fiscalização da Ordem dos Advogados dos Brasil Seccional Alagoas (OAB/AL), que constatou inicialmente exercício ilegal da advocacia e captação de cliente de forma irregular, contrariando o Código de Ética da categoria. Da mesma forma que Milton Rafael, milhares de pessoas foram vítimas do golpe. ?A fila de gente dava voltas no quarteirão?, conta o aposentado Aurélio Araújo da Silva, que também pagou os R$ 60 cobrados pelo escritório. Segundo ele, que efetuou o pagamento e entregou cópias de seus documentos em novembro do ano passado, entre 300 e 500 pessoas procuravam o escritório todos os dias. ?Eu vim em busca de informação, mas eles me convenceram a pagar e dar entrada para receber R$ 7 mil, que disseram que eu tinha direito?, relata Aurélio, acrescentando que um vizinho lhe falou do escritório e mostrou um panfleto com nomes de duas advogadas e o endereço, no bairro do Antares. A fiscalização da OAB/AL foi realizada a partir de denúncias encaminhadas à Diretoria de Prerrogativas da instituição, por advogados e clientes do Escritório Ribeiro & Moraes ? Advocacia e Assessoria Jurídica. O nome do escritório, que tem sede em Caruaru-PE, não consta na fachada do imóvel, que só apontava como serviço a revisão do FGTS. A denominação Ribeiro & Soares aparece somente no timbre de um ?contrato de prestação de serviços e honorários advocatícios?, sem assinatura de advogado, que era entregue aos que pagavam os R$ 60.