Polícia
BUSCA POR SARGENTO TERMINA COM CORPO ACHADO EM CANAVIAL

Cinco dias de angústia e a confirmação de mais um crime de homicídio em Alagoas. O sargento da Polícia Militar Célio Cícero Valdemar, 50 anos, foi assassinado. A camisa que vestia, quando saiu de casa, no último dia 19, estava próximo, e a calça jeans, a cerca de três metros do corpo despido e em decomposição. As peças de roupas reforçaram que se tratava do militar, o corpo encontrado ontem, no assentamento Bom Conselho, área rural entre os municípios de São Luís do Quitunde e Flexeiras. A identidade foi confirmada pelo Instituto de Medicina Legal (IML) no início da noite, por meio das digitais do cadáver encontrado no canavial. Analisadas pelo Instituto de Identificação e comparadas com as digitais registradas na ficha civil da carteira de identidade do sargento, o resultado foi positivo. Também ontem, por volta das 21h, a polícia localizou o veículo do militar, numa área próxima ao Posto Flexa, zona rural do município de Rio Largo, região metropolitana de Maceió. Durante a tarde, familiares e amigos do sargento Célio Cícero Valdemar estiveram no Instituto Médico Legal de Maceió (IML) para confirmar a identidade do corpo encontrado. O irmão da vítima, Cícero Valdemir Faustino Filho, reconheceu o corpo do militar. Quando o irmão chegou ao IML, o exame de identificação por meio das impressões digitais já estava em andamento. Mesmo assim, Cícero Valdemir confirmou a identidade. ?Nós jogávamos futebol sempre juntos e por isso eu conhecia muito bem os pés dele, e foi por aí que eu pude reconhecer?, contou. Quem também ajudou a confirmar a identidade da vítima foi a esposa, que por telefone confirmou a existência de uma marca nas nádegas de Célio Cícero. O irmão, visivelmente abalado, conversou com a reportagem da Gazeta e disse estar inconformado com o crime. ?Ninguém merece passar pelo que meu irmão passou?, disse ele. FERIMENTOS De acordo com laudo do IML, o sargento foi torturado antes de ser executado. O laudo afirma que Célio Cícero Valdemar foi vítima de instrumento perfuro-contundente por projétil de arma de fogo e por instrumento contundente não identificado. O corpo do militar apresentava marca de tiro na nuca e ferimentos num dos braços e no rosto, o que pode levar a crer que ele tentou defender-se da tortura. Em nota, a assessoria de comunicação da Perícia Oficial informou que o perito criminal José Fernando da Silva, do Instituto de Criminalística (IC), explicou que o corpo encontrado estava em estado de putrefação. ?Tinha marcas de perfuração por arma de fogo e arma branca, um braço estava fraturado e a cabeça estava desfigurada pelos ferimentos e pela decomposição?, informou a Perícia. A nota diz ainda que, ?segundo o perito, pelos vestígios encontrados, a vítima foi executada em local diverso e desovada no local onde foi encontrada?. O corpo foi liberado pelo IML/Maceió por volta das 18h, de onde seguiu para ser sepultado em Passo do Camaragibe, onde o militar morava. Na cidade o clima era de total comoção. Familiares e amigos aguardavam para dar o último adeus ao sargento da PM alagoana. O militar morava em Passo de Camaragibe e teria feito o último contato com parentes na quinta-feira, dia 19, quando esteve em Maceió para fazer compras. ?As roupas encontradas pareciam as mesmas que ele vestia e que aparecem nas imagens que a polícia recebeu. Além da calça e da camisa, um sinal na nádega também chamou a atenção. Parentes e amigos chegaram e foram embora com a possibilidade de ser o corpo do sargento?, narra o coronel Claudevan Albuquerque, comandante de Policiamento do Interior, da Área III (CPA), que atua no Litoral Norte e Zona da Mata. * Sob supervisão da editoria de Cidades