Polícia
Nô Pedrosa é sepultado sob forte comoção

Aos 78 anos, um dos ativistas sociais e políticos mais conhecidos da capital alagoana, o professor Walfrido Pedrosa de Amorim, o conhecido Nô Pedrosa, foi sepultado ontem, no cemitério Parque das Flores. Ele morreu após ser baleado no pescoço dentro da casa onde morava, próximo à Avenida João Davino, no bairro de Mangabeiras, na noite de sábado, 30. Na hora do crime Nô estava acompanhado de outro homem, identificado como José Márcio dos Santos, de 39 anos, supostamente o alvo dos criminosos, atingido por vários disparos, e que também morreu no local. ?Estamos com uma equipe trabalhando no caso. Já temos informações que podem levar ao esclarecimento do crime?, disse, ontem, o coordenador da Delegacia de Homicídios, delegado Fábio Costa. Vizinhos da casa onde ocorreu o duplo homicídio disseram que uma terceira pessoa, uma mulher, conseguiu escapar dos assassinos se escondendo embaixo de uma cama. Ela seria ligada a José Márcio. ?Esse rapaz tem antecedentes criminais. Era usuário de drogas e tem registros por furto e tráfico. Pode ter sido o alvo dos criminosos?, revelou o delegado. Segundo ele, há informações que José Márcio costumava praticar roubos na região. O delegado revelou que a investigação começou logo após o crime, quando a equipe plantonista da DH foi ao local em busca de elementos que possam levar a polícia aos assassinos. ?Estamos priorizando essa investigação, por ser a vítima alguém de boas relações, respeitado por suas convicções ideológicas e pela militância?, afirmou Fábio Costa. Indagado sobre a suspeita de que Nô Pedrosa teria sido vítima de extermínio, o titular da Homicídios ressaltou que as condições em que ele vivia, cercado por moradores de ruas e usuários de droga, dão margem há várias hipóteses. Na investigação será analisado também um boletim de ocorrência que registra a prisão de Nô, em outubro último, flagrado supostamente oferecendo entorpecente a uma jovem. ?Não vamos desconstruir sua imagem, mas o tipo de vida que tinha pode explicar o que aconteceu. A outra vítima, por exemplo, tinha extensa ficha criminal. A investigação está só começando. O que temos é uma execução, e isso será esclarecido?, declarou. O delegado não revelou outros detalhes, nem confirmou se o duplo homicídio foi praticado por quatro homens, que teriam chegado ao local num carro de cor preta.