Polícia
Mortes de políticos continuam insolúveis

Lelo Macena Repórter Depois de reuniões da cúpula da Defesa Social, de designações de delegados especiais e até de declarações do secretário de Defesa Social, general Sá Rocha, de que seria questão de honra a elucidação dos crimes de mando em Alagoas, os assassinatos do vereador delmirense, Fernando Aldo Gomes Brandão, ocorrido na madrugada do dia 1º deste mês; do suplente de vereador e presidente municipal do PT do B em São Luís do Quitunde, Geraldo Siqueira da Rocha; e do ex-vereador do Pilar, José Élio Nascimento, o Élio Goiti, continuam sem esclarecimento. ### PISTOLAGEM EM ALAGOAS Conheça as vítimas Fernando Aldo Gomes Brandão, 44 anos Quando: madrugada de segunda-feira, 1º de outubro Onde: Centro de Mata Grande, Sertão alagoano, 266 km de Maceió. Como: considerado o mais polêmico vereador da região sertaneja de Alagoas, pela forma aguda pela qual combatia e criticava os adversários, o vereador Fernando Aldo foi morto com cinco tiros na cabeça, em frente a uma movimentada lanchonete, no Centro da cidade de Mata Grande, durante o Mata Grande Fest. Antes de ser executado, ele havia concedido entrevista para uma rádio. Afirmara que a região do Sertão vivia dias tranqüilos. Em meio ao som da Banda Marreta You Planeta, cujo show assistiu até perto de 1h30, Fernando Aldo resolveu descansar no carro do cunhado. Caminhou alguns metros e antes de entrar no veículo foi surpreendido pelos pistoleiros. /// José Élio Nascimento, 55 anos Quando: dia 23 de setembro Onde: Chã do Pilar, a 37 km de Maceió Como: vereador pelo município de Pilar durante quatro mandatos, Élio Goiti, como era conhecido, tinha chances de emplacar a quinta candidatura nas próximas eleições municipais. Mas depois de uma partida de futebol, seu hobby predileto, ele foi barbaramente assassinato com 12 tiros, na presença de dezenas de pessoas. Os autores dos disparos foram pistoleiros que chegaram em duas motos. Élio acabara de participar de uma pelada e aguardava na calçada de uma pessoa conhecida um copo com água que havia pedido. No momento em que a dona-de-casa se retirou, os pistoleiros chegaram atirando. Ferido, Élio ainda tentou correr, mas foi alcançado por outro pistoleiro, que o esperava adiante e terminou de executá-lo. /// Geraldo Siqueira da Rocha, 43 anos Quando: noite de terça-feira, 2 de outubro Onde: São Luís do Quitunde, a 60 km de Maceió Como: antes de disparar o primeiro dos três tiros que abreviaram a vida do suplente de vereador e presidente do PT do B de São Luís do Quitunde, o revólver do pistoleiro quebrou coco, que significa falhar, na linguagem policial. Mesmo assim, o profissional da morte ainda teve a frieza de preparar a arma para o próximo disparo, desta vez certeiro, no peito de Geraldo, que fumava um cigarro tranqüilamente na porta de casa. Para completar o serviço, o pistoleiro, que chegou acompanhado de outra pessoa em uma moto, ainda deu mais dois tiros na cabeça da vítima. Político de discurso forte, Geraldo Siqueira, segundo familiares, morreu porque incomodou muitos políticos da região com sua fala ácida e postura independente. ///
