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GAP corre risco de extinção

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Dois assassinatos praticados num intervalo de 35 dias poderiam ter apenas entrado para a crescente estatística de violência em Alagoas, se não tivessem como principais suspeitos agentes do Grupo de Ações Penitenciárias (GAP), a tropa de elite do sistema prisional alagoano, acusada de integrar um esquadrão de extermínio no Estado e que pode estar com os dias contados. 15 de julho de 2008. Era por volta das 17 horas, quando o ex-presidiário Márcio Ladeira foi executado dentro de casa no Conjunto Santa Lúcia, no Tabuleiro do Martins. Ele tinha 32 anos e era o principal suspeito de, dois dias antes, ter assassinado o agente penitenciário José Vieira da Rocha Filho, 26, na porta de casa, no Tabuleiro. Trinta e cinco dias depois, na madrugada de 20 de agosto, o corpo do adolescente Omir de Oliveira Lima, 17, foi encontrado em um canavial, no Benedito Bentes. Omir foi executado a tiros. ### Fim do GAP ganha força em instituições como a OAB A idéia de extinguir o Grupo de Ações Penitenciárias (GAP) ganha força e apoio de entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que na última semana divulgou relatório sobre corpos de vítimas de assassinatos encontrados em Maceió e que tem, entre os suspeitos, dos crimes agentes do GAP, acusados de extermínio. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem, Gilberto Irineu, diz que o GAP não existe juridicamente; não tem, portanto, nenhuma sustentação, nenhuma lei que legitime sua existência ou discipline seu funcionamento. Funciona, segundo ele, por imposição dos governos. ### Sindicância apura envolvimento do GAP Uma sindicância administrativa foi aberta pela Intendência Penitenciária, responsável pela administração e controle de pessoal que trabalha nas unidades, para apurar o que de fato ocorreu: se os agentes do GAP são culpados ou inocentes na morte do adolescente Omir de Oliveira. A sindicância do caso Márcio Ladeira já foi concluída, mas a Intendência não revelou o resultado. As sindicâncias são comandadas pela Corregedoria do sistema prisional, têm 30 dias para serem concluídas, podendo ser prorrogadas por mais 30. Normalmente, as sindicâncias quando concluídas e constatada a culpa, resultam na transferência do agente de uma unidade para outra ou em sua demissão, caso faça parte do quadro efetivo. ### Atuação é apenas interna, diz coronel O coronel Moacir Valdevino afirma que, apesar de os homens do GAP terem acesso a armas, há sempre uma conscientização de que a atuação deles é apenas interna. Eles não têm poder de polícia, afirma. O oficial diz ainda que com a experiência dos agentes do GAP o número de apreensões de drogas e armas nos presídios também aumentou. Eles sabem exatamente onde os presos escondem a droga e as armas. ### Denúncia leva polícia aos suspeitos Foi graças a uma denúncia anônima que a polícia chegou aos suspeitos da morte do jovem Omir de Oliveira Lima. Numa carta enviada à delegacia do 8º DP, o denunciante contava detalhes do assassinato do adolescente. A delegada Rebecca Cordeiro, titular do distrito policial, começou a investigar o caso e os agentes acabaram presos, apontados no assassinato. Foram detidos Abimael Clemente de Oliveira, Daniel Lopes Chaves, José Ivanês Bezerra da Silva (que seria o autor dos disparos que mataram o jovem) e Roberto Alves Cavalcante, além do subtenente Salomão Pereira dos Santos, acusado de liderar a organização criminosa integrada por agentes do GAP, envolvida em extermínio, principalmente na área do Benedito Bentes e Tabuleiro. ///

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