Polícia
Segundo duplo homicídio faz surgir suspeita de extermínio

Maragogi - Dois homens foram executados a tiros, ontem de madrugada, na Fazenda Boa Vista (Engenho Calabouço), zona rural de Maragogi. Somente uma das vítimas foi identificada. Trata-se de João Batista José da Silva, 28 anos, natural do Recife (PE). Diante das circunstâncias das mortes, há suspeita de que os jovens teriam sido vítimas de um grupo de extermínio com origem em Pernambuco, e que estaria se utilizando das terras da Fazenda Boa Vista, em Maragogi, para os crimes de execução. O objetivo seria dificultar as investigações. Em menos de um mês, esse foi o segundo duplo homicídio - com características de execução - ocorrido em terras da Fazenda Boa Vista, cujas vítimas, até agora identificadas, são todas pernambucanas. Ao menos duas delas têm passagens pela polícia e pelo sistema prisional daquele Estado, acusadas de crimes de roubo qualificado nos municípios de Barreiros e São José da Coroa Grande. Segundo o 6º Batalhão de Polícia Militar (6º BPM), sediado em Maragogi, os corpos foram encontrados por populares, que ligaram para o quartel, ainda durante a madrugada de ontem. A vítima não identificada apresentava uma cicatriz na mão esquerda e não possui o polegar, além de diversas tatuagens, o que pode ajudar na identificação. Ao lado dos corpos foram deixados um porta-cédulas com apenas um real e uma motocicleta Honda Fan, 125 cilindradas de cor preta, placa KFT-5996/PE, do município pernambucano de Água Preta. Segundo o delegado de Maragogi, Ayrton Soares Prazeres, a moto pertence a José Ailton de Lima, morador daquele município, e não possui queixa de roubo. Ele será intimado a prestar esclarecimentos. Os disparos foram efetuados a curta distância. Um dos corpos apresentava perfuração na testa, o que indica execução. Esse foi o segundo duplo homicídio registrado em menos de um mês na Fazenda Boa Vista. Em 23 de setembro, José Adeilton Galdino da Silva, 18 anos, e Marinaldo Ferreira da Silva, 19, conhecido como Tata, foram sequestrados no município de São José da Coroa Grande (PE) e trazidos para a propriedade, onde foram executados a tiros. Indagado se os jovens foram vítimas de um grupo de extermínio, o delegado disse que é prematuro afirmar isso. Estamos investigando se os duplos homicídios têm ligação. Apesar das características, é prematuro falar em grupo de extermínio, ponderou Ayrton Soares. ?