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domingo, 07/12/2025 | Ano | Nº 6114
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Tráfico transforma conjunto em um Iraque

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| MARCOS RODRIGUES Repórter O medo, a violência dos grupos rivais e o tráfico de drogas acabaram transformando o conjunto José Dias, em Marechal Deodoro, numa das regiões mais perigosas do Litoral Sul. O clima de tensão, associado ao cenário de casas simples, gente humilde em ruas de barro, fez o local - também conhecido como Terra da Esperança - receber o nome de Iraque pelos próprios moradores. A fama do lugar ganhou força com o aumento de ocorrências de homicídios, roubos e, até o ano passado, o confronto de gangues de jovens pelo controle da venda de maconha. A droga já conseguiu arrebanhar centenas de jovens, que vendem maconha na região, principalmente na Praia do Francês. O escoamento do produto, segundo fontes do bairro e da própria polícia, é feito por estradas vicinais de barro e pelo entorno da lagoa. DESEMPREGO Como a maioria das áreas de periferia da capital Maceió, em Marechal, o problema da violência prende-se, também, à falta de emprego. As famílias vivem uma realidade financeira que não ultrapassa o salário mínimo. A fonte de renda, em alguns casos, provém da renda de alguma aposentadoria ou ainda da ajuda dos programas sociais do governo. No Iraque, o aluguel de uma casa pode chegar a R$ 100. A Gazeta esteve no bairro e encontrou uma área urbanizada, com água encanada e luz elétrica. Lei do silêncio As ocorrências violentas deixaram os moradores com medo de falar. É comum a resistência em relatar ocorrências e o temor de fornecer detalhes para a reportagem. Ainda assim, o tratorista desempregado José Cícero dos Santos, 56, disse que o maior problema é o consumo de drogas. A violência aqui é causada pelo consumo de drogas. É grande o movimento de maconha, principalmente entre os jovens, confirmou Cícero, enquanto debulhava vagens de fava. ALCOOLISMO O trabalho da polícia da cidade tem sido intenso. Os primeiros resultados já começam a aparecer, com a diminuição das ocorrências violentas. Nos fins de semana os principais problemas envolvem agressões motivadas pelo consumo de álcool. Esses casos aumentam nos períodos de funcionamento da Usina Sumaúma, maior empregadora da região. O detalhe é que nessa época as pessoas estão com dinheiro no bolso, observou o agente da Polícia Civil João Batista. A polícia tem realizado rondas periódicas na região, considerada também pela polícia uma das mais violentas da cidade. A equipe do delegado Edésio Costa, também realiza esse trabalho. É uma forma de evitarmos mais trabalho depois, já que a nossa presença na rua ajuda a diminuir a violência, observou o chefe de serviço da delegacia, Overlack Alessandro Moura. Áreas suspeitas O tráfico ainda é um dos problemas que mais mobilizam a equipe. O problema na região é tão sério que até o Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar, juntamente com homens do batalhão da cidade, tem feito rondas surpresas em áreas suspeitas. O monitoramento do tráfico, entretanto, é dificultado pela área que cabe ao município. Os policiais lembram que a jurisdição começa depois da Ponte Divaldo Suragy. Além disso, Marechal divide-se entre a área urbana e o distrito do Francês, responsável por uma parte do consumo e comércio de drogas.| Segundo os dados da polícia, o último homicídio registrado no Conjunto José Dias aconteceu há pelo menos dois meses. Ainda de acordo com a polícia, não existe estatística sobre a criminalidade no local, mas a área ainda é considerada suspeita. Segundo os policiais, os inquéritos são concluídos no prazo. Para melhorar o trabalho já está sendo negociada, inclusive, a colocação de um posto policial no conjunto, caso a região volte a ficar fora de controle.

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