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Marido de prefeita será indiciado por incendiar secretaria

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GILVAN FERREIRA Repórter Rio Largo - O coordenador de Planejamento da Prefeitura de Rio Largo, Ricardo Schavuzzi, marido da prefeita Vânia Paiva (PMDB), que foi preso ontem durante a operação Mata do Rolo, vai ser indiciado pelo incêndio na Secretaria de Finanças de Rio Largo, em outubro de 2004. Segundo o delegado do município, Marcílio Barenco, um dos integrantes da quadrilha, que seria liderada por Ricardo Schavuzzi e pelo vereador Alexandre Cardoso da Silva, o Júnior Pagão, afirmou em depoimento que a ordem para incendiar a Secretaria de Finanças teria partido de Schavuzzi e da prefeita Vânia Paiva, supostamente para esconder irregularidades que teriam sido praticadas durante os períodos em que a prefeita Vânia Paiva, que na época era vice-prefeita, assumiu, por decisão judicial, o cargo de prefeita. Schavuzzi é acusado de ser o elo entre os poderes político e econômico da quadrilha. Relações perigosas Segundo a principal testemunha das ações da superquadrilha, que prestou depoimento por mais de sete horas ao delegado Marcílio Barenco e à promotora Cíntia Calumby, o marido da prefeita mantém forte relação com o vereador Júnior Pagão, que seria responsável pelo planejamento e execucação das ações da quadrilha. A testemunha, que tem seu nome mantido em sigilo e já deixou Alagoas, chegou a afirmar que o vereador Júnior Pagão era homem da cozinha de Ricardo Schavuzzi, que também seria responsável pelo financiamento das ações, pela proteção política aos integrantes da quadrilha, pela definição da divisão dos recursos arrecadados e pela articulação de algumas ações da quadrilha. A Gazeta apurou que Ricardo Schavuzzi teria feito um empréstimo de R$ 30 mil ao empresário Lula Almeida para pagar o resgate do seu filho, Félix Costa de Almeida, 25, seqüestrado pela quadrilha no dia 6 de setembro. Segundo um dos 22 delegados que participaram da operação Mata do Rolo, Schavuzzi, ao ser preso, mostrou-se preocupado com seu destino político e com a sua transferência para um presídio. Ricardo Schavuzzi perguntou quanto tempo iria ficar preso. Ele sugeriu que a sua prisão poderia trazer prejuízos políticos, pois disse que iria disputar uma vaga de deputado estadual. Ele pediu para ficar preso na sala do delegado Marcílio Barenco, em vez de ir para um presídio, pois tinha curso superior. Nós explicamos a Schavuzzi que o presídio Cirydião Durval tinha uma ala especial, para onde são levados os presos com curso superior, revelou um dos delegados. ### Delegado reforça caça a Júnior Pagão Rio Largo - O delegado de Rio Largo, Marcílio Barenco, ainda não suspendeu a operação Mata do Rolo, iniciada na última terça-feira, que resultou em 13 prisões no município de Rio Largo. Apesar da diminuição do efetivo utilizado durante a megaoperação, o delegado reforçou a caça ao vereador Alexandre Cardoso da Silva, o Júnior Pagão; a José Cláudio Pagão, o Nem Pagão, tio de Alexandre; ao segurança da prefeita de Rio Largo, Vânia Paiva (PMDB), Ubiracy Antônio de Albuquerque, o Bira e aos irmãos Pedro e Paulo Costa, que tiveram prisão decretada pelos seis juízes do Núcleo de Combate ao Crime Organizado. Segundo o delegado Marcílio Barenco, três dos quatro integrantes da quadrilha fugiram antes do início da operação policial da última terça-feira. A prisão de 13 acusados de envolvimento em seqüestros, assaltos, roubos e furtos de veículos e crimes de pistolagem provocou uma enxurrada de denúncias sobre a participação do grupo em uma série de crimes em Maceió, Rio Largo, Messias e outros municípios. Ontem, o delegado Marcílio Barenco e policiais de plantão na Delegacia de Rio Largo receberam inúmeras ligações telefônicas apontando o suposto local do enconderijo de Júnior Pagão e denunciando vários crimes praticados pelo grupo. Até ontem à tarde, a maior parte das informações encaminhadas ao delegado Barenco e aos policiais de Rio Largo indicava que o vereador Júnior Pagão tinha sido visto em uma propriedade em Messias; outras informações sugeriam que Pagão estava sob proteção de um deputado estadual. Essa informação não tinha sido confirmada pelo delegado Barenco, que disse preferir não adiantar detalhes da operação para não atrapalhar a operação montada com a finalidade de prender o vereador e os outros quatro foragidos. GF ### Advogado vai pedir habeas-corpus O advogado Adriano Soares, que assiste o marido da prefeita Vânia Paiva (PMDB), Ricardo Schavuzzi, disse que conseguiu ontem uma ordem judicial para ter acesso ao processo contra seu cliente. Até hoje (ontem) nós não tínhamos qualquer informação sobre os motivos da prisão, por esse motivo entramos com uma ação judicial para que pudéssemos ter acesso ao processo. Amanhã (hoje) mesmo vou entrar com um pedido de habeas-corpus em favor de Schavuzzi, disse Soares. A presidente da Câmara Municipal de Rio Largo, vereadora Ionaide Cardoso (PSDC), vai ser intimada pelo delegado Marcílio Barenco para esclarecer como é possível que o 1º secretário da mesa da Câmara, vereador Júnior Pagão, que está foragido da Justiça desde o último dia 4 de janeiro, tenha assinado cheques para pagamento dos salários dos nove vereadores, dos funcionários da Câmara e de outras despesas do executivo municipal. Ameaças As investigações sobre as ações da quadrilha levaram a polícia a interceptar um plano para assassinar o vereador de Rio Largo Adriano Palácio (PSL), 22, que teria entrado em rota de colisão com Júnior Pagão. Palácio disse que nunca teve qualquer desavença ou discussão com Júnior Pagão. O vereador afirmou que, apesar de não ter muita ligação com Júnior Pagão, mantém com ele um relacionamento normal, como teria com os outros vereadores da Câmara Municipal de Rio Largo. Para mim é uma surpresa essa informação de que o vereador Júnior Pagão teria um plano para me matar. Eu nunca tive qualquer briga ou discussão com ele dentro ou fora da Câmara Municipal de Rio Largo. Posso dizer que, mesmo não tendo muita amizade com ele, mantenho uma relação normal com Júnior Pagão, por isso não sei o interesse dele no meu assassinato, afirmou o vereador Adriano Palácio. |GF

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