Conselhos Tutelares em Alagoas denunciam tamb�m 138 assassinatos
O relatório divulgado pelo Fórum dos Conselhos Tutelares do Estado de Alagoas revela que 138 menores, em sua maioria adolescentes, foram assassinados em Maceió e no interior do Estado, em 2001. Aponta também a ocorrência de 25 tentativas de homicídio, alé
Por | Edição do dia 17/03/2002 - Matéria atualizada em 17/03/2002 às 00h00
O relatório divulgado pelo Fórum dos Conselhos Tutelares do Estado de Alagoas revela que 138 menores, em sua maioria adolescentes, foram assassinados em Maceió e no interior do Estado, em 2001. Aponta também a ocorrência de 25 tentativas de homicídio, além de outros 55 casos de lesão corporal que levaram as vítimas a sofrer intervenção cirúrgica ou atendimento ambulatorial em hospitais de Alagoas. Através de informações das Delegacias de Defesa da Mulher e da Infância e Adolescência e dos 69 conselhos tutelares instalados em municípios alagoanos identificou-se 56 ocorrências de estupros, um número considerado elevado, pois supera em mais de 30 por cento os números do ano anterior. Ocorreram outros cinco casos de tentativa de estupro. O relatório registrou 18 casos de atentado ao pudor, que se constituem em sua maior parte na violência sexual contra crianças do sexo masculino e outros 18 atos libidinosos, que têm vítimas dos dois sexos. Dezenove casos de corrupção de menores foram anotados pelos conselhos que apresentaram também 28 casos de violência no trânsito. Homicídios A matança de crianças denunciada, no início do ano, pelo radialista Valmar Buarque, do Projeto Cartase, é confirmada agora pelo Fórum dos Conselhos Tutelares do Estado de Alagoas, em sua 19ª Assembléia Plenária, realizada, neste sábado, no Clube dos Canavieiros, em São Miguel dos Campos. Ele declarou que a maior parte das vítimas é de meninos de rua, crianças abandonadas pelo poder público. Os números divulgados pelo relatório do Fórum não especificam se as 138 mortes eram de menores infratores ou abandonados, ressalta porém a preocupação dos conselheiros com os índices. Tipo de agressão Os conselhos tutelares relacionaram no documento discutido durante a plenária as formas de violência doméstica sofrida pelas crianças alagoanas. A utilização do cinturão, pedaços de cipó, fios, além de socos e pontapés, marca os espancamentos. Ferros de passar, pontas de cigarro e fiação são usados nas queimaduras das vítimas. Correntes, cordas, cadeados e pedaços de pano são usados pelos agressores quando dos cárceres privados. Humilhações, xingamentos e gritos fazem parte dos constrangimentos sofridos pelas crianças e adolescentes, enquanto que a força física, ameaças e promessas marcam os estupros e as seduções, conforme o relatório, um crime mais comum do que esperavam os conselheiros.