Polícia
Empres�rio que matou o primo se apresenta � PF

O empresário Francisco Quintella apresentou-se a Polícia Federal, na manhã de ontem, e foi levado à presença da juíza Marlene Madeiros, da 3ª Vara da Comarca de Rio Largo. Em interrogatório, ele confessou a autoria do assassinato do engenheiro Bernardo Oiticica, ocorrido no mês de abril. Por ter prisão decretada pela Justiça, o acusado foi recolhido ao prédio do Tático Integrado ? Tigre -, o grupo de operações especiais da Polícia Civil, onde aguardará julgamento. O crime ocorreu no escritório da Usina Santa Clotilde, em Rio Largo. Num depoimento que durou cerca de duas horas e meia, Francisco Quintella declarou à Justiça que agiu em legítima defesa, pois levou um soco no rosto, ao tentar impedir que Bernardo espancasse um dos sócios da usina, identificado como Alberto Rodrigues, 70. Garantiu que não queria matar Bernardo, que é era seu primo, tendo sacado a pistola 380 para intimidá-lo e evitar que prosseguisse na agressão. No entanto, a vítima teria investido contra ele, que foi forçado a atirar. O advogado Raimundo Palmeira informou que apresentou Quintella à PF por questões de segurança. Segundo ele, seu cliente estava em Pernambuco, esperando as condições ideais para sua apresentação. Palmeira acrescentou que não procurou antes a polícia, por causa de pressões econômicas e políticas. Ele destacou que o acusado foi levado ao Tigre, por não se sentir seguro em presídios, pois trabalhou no sistema prisional - na época do então secretário Rubens Quintella -, nem na delegacia do município de Rio Largo. Raimundo Palmeira tem três dias para apresentar a defesa prévia do acusado, quando tentará mostrar que ocorreu um ?imprevisto e legítima defesa clara?. O advogado também quer provar que Francisco só estava armado, porque estava recebendo, no momento, uma certa importância em dinheiro. O advogado Everaldo Patriota, que atua no processo como assistente do Ministério Público, alertou que a confissão é a principal prova da culpa de Francisco no crime. Patriota deu a entender que houve contradições no depoimento do acusado e contestou suas declarações, segundo a quais, agiu em legítima defesa. No entender do advogado de acusação, a verdade será revelada no decorrer do processo, que será concluído num prazo de 81 dias. De acordo com as investigações da polícia, Francisco Quintella matou seu primo, o engenheiro Bernardo Oiticica, durante um briga no hall do escritório da Usina Santa Clotilde, em Rio Largo, no início da tarde do dia 25 de abril, na presença de quatro testemunhas. A vítima recebeu dois tiros, um dos projéteis atingiu órgãos vitais e provocou sua morte. O crime foi investigado pelo delegado Oldemberg Paranhos, que solicitou à Justiça a prisão preventiva do acusado.