Polícia
Assassinato de Ceci Cunha completa cinco anos de impunidade

Há cinco anos, Alagoas assistiu a uma das chacinas mais cruéis de sua história recente. Quatro pessoas foram trucidadas a tiros de espingarda, calibre 12, numa ação marcada pela crueldade. O alvo dos matadores era a deputada federal Ceci Cunha, que comemorava na casa da irmã, na Gruta de Lourdes, em Maceió, sua diplomação para mais um mandato na Câmara Federal. A deputada federal reeleita Ceci Cunha foi assassinada, no início da noite de 16 de dezembro de 1998, juntamente com o marido, Juvenal Cunha, o cunhado, Iran Carlos Maranhão, e a mãe deste, Ítala Neide Maranhão. A chacina ocorreu as 19h40, dentro da casa da irmã da deputada, poucas horas, após Ceci ter sido diplomada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) na sede do Fórum de Maceió. O veículo que a deputada estava, na companhia do marido, foi seguido pelos pistoleiros desde o bairro do Barro Duro, onde fica o Fórum, até a Gruta de Lourdes, onde a chacina aconteceu. Ceci recebeu um tiro de espingarda calibre 12, no pescoço, disparado por um dos três pistoleiros que invadiram a casa e, após a chacina, fugiram num Fiat Uno verde. Ela teria sido assassinada para deixar vaga sua cadeira na Câmara Federal. O ex-deputado Talvane Albuquerque assumiria seu lugar, segundo o inquérito policial. Pistoleiro O assassinato da deputada Ceci Cunha trouxe de volta à história policial de Alagoas um homem que passou 30 anos fugindo da polícia: Maurício Gomes Novaes, o ?Chapéu de Couro?. Sua volta as manchetes dos jornais, inicialmente como testemunha do caso, terminou gerando controvérsias e ele acabou na condição de um dos suspeitos do crime, em virtude de seu histórico de assassinatos no Estado. O ex-deputado Talvane Albuquerque, os assessores Jadielson Barbosa, Alécio Alves, Mendonça Medeiros, processados por envolvimento na chacina, estão em liberdade. Dos acusados, o pistoleiro Maurício Guedes, o ?Chapéu de Couro?, é o único que permanece preso. No entanto, por envolvimento em outros crimes. A instrução criminal já está concluída, mas o juiz Daniel Accioly, da 1ª Vara de Maceió, ainda não marcou data para o julgamento dos acusados, que deve acontecer no começo do ano de 2004. O juiz pretende que todos, com exceto ?Chapéu de Couro?, sejam levados a Júri Popular.