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Nº 5791
Polícia

Pol�cia descobre t�nel e frustra fuga no pres�dio de Arapiraca

MAIKEL MARQUES Sucursal Arapiraca - Os agentes penitenciários que fazem a segurança interna do Presídio de Segurança Média de Arapiraca, Luís Oliveira Souza, receberam telefonema anônimo e conseguiram frustrar, domingo à noite, plano de fuga em massa

Por | Edição do dia 16/03/2004 - Matéria atualizada em 16/03/2004 às 00h00

MAIKEL MARQUES Sucursal Arapiraca - Os agentes penitenciários que fazem a segurança interna do Presídio de Segurança Média de Arapiraca, Luís Oliveira Souza, receberam telefonema anônimo e conseguiram frustrar, domingo à noite, plano de fuga em massa que seria protagonizado por 12 reeducandos (detentos). Eles escavaram, no banheiro do pavilhão dois, túnel com mais de 11 metros de extensão. O objetivo era atingir o lado externo da unidade prisional, que está superlotada há mais de um ano: tem capacidade para 128 presos, mas abriga 192. Iniciado, às 19 horas de sábado, o plano de fuga tinha hora marcada para acontecer: 19h30 de domingo, pouco tempo depois do final do período de visitas íntimas. O plano seria coroado de êxito se não fosse o telefonema de um familiar avisando: “Estão escavando um túnel no banheiro coletivo”. O alerta chegou à direção administrativa do presídio, que acionou o Pelotão de Operações Especiais (Pelopes) da Polícia Militar. Em trabalho conjunto com os agentes penitenciários, os militares descobriram mais de duas toneladas de barro espalhados pelo banheiro coletivo. No canto da parede, um buraco de 30 centímetros de diâmetro e porta de entrada do túnel de mais de 11 metros de extensão. “Faltavam dois metros para que conseguissem fugir”, revelou o diretor-administrativo Diógenes Costa Carlos, que apontou Ricardo Jorge Barbosa da Silva - o popular “Matuto” - como o responsável pelo plano de fuga. Condenado por roubo e extorsão, “Matuto” veio do Presídio Cyridião Durval, em Maceió, onde também tinha comandado a escavação de outro túnel. Os outros 11 detentos que confirmaram participação no plano de fuga vão ficar isolados por 30 dias, além de serem punidos pelo crime de tentativa de fuga. Morosidade Ouvidos pela reportagem da GAZETA DE ALAGOAS, alguns dos detentos que cumprem pena no presídio de Arapiraca informaram que o plano de fuga é conseqüência não só da superlotação como também da demora da Justiça em julgar os 127 reeducandos que cumprem pena sem nunca terem sido condenados. Dos 192 reeducandos, somente 65 já foram condenados, informou o diretor-administrativo Diógenes Costa. “A Justiça precisa agilizar os processos de julgamento”, protestou o reeducando Adélio José dos Santos, líder do pavilhão dois e que está preso desde 2001. Acusado de praticar crime de homicídio, ele nunca foi julgado. Os detentos Francisco de Assis de Lima e Gilberto Alves também aguardam julgamento do Poder Judiciário. Preso por porte ilegal de arma de fogo, José Domingos Santos Filho aguarda preso julgamento há mais de três anos. “Já paguei pelo meu crime e continuo preso”, reclamou. A direção administrativa do presídio rebateu a acusação de que não havia advogados para atendimento aos presos. Segundo o diretor Diógenes Costa, dois defensores públicos são responsáveis pela prestação da assistência judiciária. “Infelizmente, eles são poucos e os detentos muitos”, comentou.

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