Policiais militares acusados de excessos em opera��o no Pilar
Uma operação que tinha a finalidade de reprimir a presença de menores em bares e discotecas e conter a violência na periferia do Pilar terminou gerando uma série de denúncias de excessos cometidos por soldados do Batalhão de Operações Especiais (Bope),
Por | Edição do dia 12/04/2002 - Matéria atualizada em 12/04/2002 às 00h00
Uma operação que tinha a finalidade de reprimir a presença de menores em bares e discotecas e conter a violência na periferia do Pilar terminou gerando uma série de denúncias de excessos cometidos por soldados do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Militar de Alagoas. Adolescentes reclamam de agressões e espancamentos e comerciantes ameaçam fechar seus pontos comerciais ou cortar, por completo, o apoio ao trabalho da polícia local. Cerca de cem adolescentes acabaram presos e levados, em viatura policial, para a delegacia do município, no último fim de semana. O adolescente B.P.S., de 17 anos, afirmou ter sido jogado na calçada, chutado nas pernas e recebido espécies de tapas nos testículos, aplicados por um militar, pouco antes de ser levado para uma viatura e recolhido à Delegacia Distrital do Pilar, onde era esperado por uma equipe de policiais de outro município plantonistas de São Miguel dos Campos, que não conheciam ninguém na cidade. Não temos o hábito de portar documentos. Mas, somos trabalhadores rurais, salientou ele, que estava à porta de uma discoteca, na Chã do Pilar, quando foi abordado. Donos de estabelecimentos comerciais também foram levados à delegacia. Juarez Luís dos Santos, funcionário público, proprietário do Bar do Juarez, na Chã do Pilar, foi detido, juntamente com mais de trinta menores. No Cassino Pilarense, um clube de mais de 40 anos, hoje administrado pelo fiscal de rendas aposentado Expedito Ferreira, de 77 anos, ocorreram cerca de 70 detenções de menores. Até mesmo o idoso precisou se dirigir à delegacia. Ação idêntica foi efetuada na Big House. Cinco vereadores denunciaram na Câmara, esta semana, o abuso registrado na operação da PM. Eles não condenam a operação, mas a forma truculenta como foi realizada. Alguns comerciantes, assustados, ameaçam fechar seus estabelecimentos e ir embora da cidade. Foi um absurdo, finalizou um deles.