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Nº 5759
Polícia

Secret�rio admite mordomias no Baldomero

ODILON RIOS Computadores ligados à Internet, jardins internos, visita íntima nos fins de semana, que começam no sábado e se estendem até o domingo, televisão e frigobar. “A realidade não é a de um motel de luxo, mas do presídio Baldomero Cavalcanti”, den

Por | Edição do dia 13/05/2004 - Matéria atualizada em 13/05/2004 às 00h00

ODILON RIOS Computadores ligados à Internet, jardins internos, visita íntima nos fins de semana, que começam no sábado e se estendem até o domingo, televisão e frigobar. “A realidade não é a de um motel de luxo, mas do presídio Baldomero Cavalcanti”, denunciou o secretário de Ressocialização, Valter Gama, ontem pela manhã, à imprensa. “Não precisa ser especialista em drogas para detectar que o preso está drogado”, disse o secretário, alertando para a livre circulação de drogas no Baldomero. Ele esclareceu que não sabe o porquê de o presídio ter sido construído “daquele jeito” e já esteve nos três (Baldomero, Cirydião Durval e o de Arapiraca), constatando o mesmo defeito: falta de muros. “Deram liberdade demais aos presos”, critica o secretário, dizendo que existem detentos que já cumpriram pena, mas até agora não foram postos em liberdade. Internamente, aponta, as falhas se referem a áreas onde não existe concreto e são enfeitadas com jardins. “O terreno onde foi construído o Cirydião é arenoso. Há partes internas que não foram concretadas e ali colocaram jardins”, contou Valter Gama. “O Serviço de Engenharia do Estado de Alagoas (Serveal) tem um projeto pronto para a construção de muro nas áreas dos presídios. Hoje existe uma tela”, informa. O projeto da Serveal será entregue nos próximos dias. Inspeção O sistema prisional alagoano viveu, mais uma vez, um dia tenso, durante a visita da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa. Ontem pela manhã, dois deputados, o presidente da Comissão, Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT) e Maria José Viana constataram as falhas do presídio Baldomero Cavalcanti, oficialmente classificado como de segurança máxima. “A situação aqui é de muita insegurança”, resumiu o deputado. Para reverter o quadro, de acordo com o petista, se fazem necessários maior dotação orçamentária, reforma na engenharia do Baldomero e apoio da Polícia Militar. A imprensa não teve acesso às celas nem ao local onde presos escavaram o último buraco para fuga, no fim de semana. Apenas ao parlatório – sala onde os presos recebem visitas –, que até a semana passada estava sem a grade que separa o preso do visitante. “As paredes do presídio são finas e deveriam ter chapa de aço. Existe alta rotatividade dos agentes penitenciários, que não são concursados, além de receberem baixos salários”, destacou Paulão. Os deputados ouviram o ex-tenente-coronel Manoel Cavalcante e ele reclamou que o presídio estava sem segurança e sem infra-estrutura.

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