Polícia
Mousinho: Caso Joaquim � uma vergonha

ODILON RIOS O promotor do caso que apura a morte do eletricista José Joaquim, Marcus Gomes Mousinho, da 3ª Vara do Tribunal do Júri, enviou, no fim da tarde de ontem, ofício à Corregedoria da Polícia Civil instaurando procedimento administrativo para apurar quem é o responsável pela morosidade no andamento do inquérito policial 24/01. O pedido de abertura de procedimento administrativo foi enviado por meio de fax e uma cópia pelo correio. ?É uma vergonha que um crime como este tenha sido cometido há cinco anos e não tenham sido sequer apontados os autores materiais?, protestou o promotor do caso, em tom fortemente crítico. ?O fato de a vítima ser pobre e os suspeitos serem policiais civis contribui para isto?, ressaltou Mousinho. José Joaquim foi preso e torturado no dia 1º de julho de 1999 nas delegacias dos 1º e 3º distritos policiais de Maceió. Libertado depois de ser constatado que ele nada tinha com o crime de que era acusado, Joaquim denunciou as torturas que sofrera nas mãos de policiais e apontou nomes. Na mesma noite, foi executado a tiros quando dormia em sua casa, no Vergel. Sete policiais civis foram indiciados. Porém, até hoje, sem a nomeação de um delegado especial, nem a perícia nas balas cravadas no corpo do eletricista foi realizada. ?Neste ofício, eu peço resposta a outro documento que enviei em novembro, pedindo delegado especial para apurar a morte do caso Joaquim?, lembra o promotor. Mousinho lembrou que, no primeiro ofício enviado à Secretaria de Defesa Social ele solicitou o recebimento das armas para a realização da diligência. O objetivo era saber com quais delas os assassinos dispararam os tiros fatais no eletricista. Segundo o promotor, as armas não foram recolhidas e nenhuma providência tomada, apesar de a determinação ser judicial. Lista de policiais No sábado (22), a GAZETA DE ALAGOAS publicou com exclusividade a lista dos policiais civis que ainda não apresentaram suas armas para a perícia técnica. Um deles é o vereador Jesse James, que já responde como suspeito de outros crimes. No inquérito policial, o principal apontado pelo delegado especial, Arnaldo Soares Carvalho, nomeado para investigar a morte do eletricista, é o ex-secretário de Defesa Social, Mário Pedro. Porém, a promotoria descarta que hoje o inquérito esteja sob a responsabilidade de Mário Pedro. Um segundo inquérito já investiga se houve prevaricação dos policiais que entregaram (ou não) as armas para a realização da perícia técnica.